Para debater o cenário dos violentos ataques em escolas e creches brasileiras e, principalmente, buscar sugestões, o plenário da Assembleia Legislativa do Tocantins recebeu nesta quinta-feira (4) representantes de diversas instituições e órgãos do Estado.
O requerimento para organização do evento foi idealizado pelo deputado estadual Eduardo Mantoan (PSDB), que se sensibilizou e uniu autoridades renomadas em busca de soluções para prevenção da violência.
“Iniciamos neste plenário, hoje, um dos mais importantes debates para construção de um ambiente de paz e segurança nas escolas. Uma situação complexa, cercada de desafios, mas que não são suficientes para nos paralisar. Pelo contrário, a escalada da violência exige de nós conciliação, respeito, diálogo e atitudes assertivas dentro e fora das instituições de ensino tocantinenses”, garantiu o deputado.
O secretário de Estado da Segurança Pública, Wlademir Costa Mota Oliveira, chegou a se emocionar ao relatar sua experiência pessoal de confiança na educação como transformadora de realidades. “Vejo que a sociedade caminha no mesmo sentido: há uma união de esforços para que nossas crianças e adolescentes se sintam seguros. Todo dia de manhã deixo meu filho na escola e faço questão de levá-lo, porque ali está o futuro dele. Eu sou prova disso: quem diria que o menino nascido em uma favela estaria aqui representando o governador do Estado”.
Em seu discurso, o deputado federal Ricardo Ayres lembrou que o problema da insegurança está sendo tratado também no Congresso Federal. “A regulação das plataformas digitais é a saída para que os discursos de ódio não sejam alimentados. Os jogos virtuais com apostas nascidas dentro da internet estão matando os jovens. Não adianta só colocar detector de metais nas escolas e incentivar o uso de armas dentro das instituições, porque isso não vai impedir que ocorra o pior. Precisamos fortalecer a inteligência cibernética para antecipar estes ilícitos criminais”.
Durante a participação do juiz da infância e juventude da comarca de Palmas, Adriano Gomes Melo Oliveira, foi destacada a importância do papel da família na conscientização dos filhos. “Este desafio da segurança é real e não é de hoje. Há situações de risco que não são concretizadas graças aos trabalhos das forças de segurança. Também quero alertar da necessidade de conscientizar os jovens, que eles têm obrigações e devem obediência aos pais e educadores”.
A secretária municipal de educação, Maria de Fátima Pereira de Sena e Silva, trouxe para a discussão o atual cenário de Palmas. “Temos boas ações dentro do município. Nossas 78 unidades educacionais possuem equipamentos de segurança com monitoramento e vigilantes. Após os ataques em outros Estados do país, foi preciso pensar estratégias urgentes em que elaboramos protocolos para aumentar a segurança nas escolas e Cmeis. Estas normas foram publicadas no Diário Oficial de Palmas no último dia 14 para reforçar o nosso compromisso de preservar a vida dos nossos estudantes”.
A audiência presidida pelo deputado e vice-presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto, Júnior Geo, contou também com a participação do presidente da ATM e prefeito de Talismã Diogo Borges, do prefeito de São Valério Olímpio Arraes, vereador Nego do Palácio, presidente do Sintet Regional de Palmas Fábio Lopes, além de representantes da OAB, do Ministério Público, profissionais da segurança, diretores de escolas, estudantes, pastores e líderes comunitários.
(Foto: Mirdad)