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Meio Ambiente

Foto: Sigrid Wiederhecker

Foto: Sigrid Wiederhecker

Foi apresentada pelo biólogo do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Oscar Vitorino, na terça-feira, 1º de agosto, a 13ª Reunião do Comitê do Executivo e 6ª Missão de Supervisão do Pró-Espécies os resultados das atividades realizadas no 1º semestre dos Planos de Ação para Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção do Território Cerrado Tocantins e do Meio-Norte  (PAT-Cerrado Tocantins/PAT-Meio-Norte). O evento teve início na segunda-feira, 31, e prossegue até sexta-feira, 4, no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, em Brasília.

Dentre os resultados apresentados no âmbito do PAT Cerrado Tocantins, Vitorino destacou as recentes expedições para localização de duas espécies ameaçadas de extinção, denominadas cientificamente de Bachia psamófila (lagarto ápoda sem patas) e Scolopendropsis duplicata (lacraia). “Iniciamos as atividades em campo no mês maio e, até o momento, encontramos supostos rastros de uma das espécies”, informou.

Além disso, o biólogo do Naturatins mencionou o aplicativo de monitoramento pesqueiro desenvolvido em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), com a participação da WWF Brasil e parceiros no âmbito do projeto Pró-Espécies: Todos contra a Extinção. “O aplicativo se propõe a ser uma ferramenta educativa e de acesso à informação. O usuário poderá aprender um pouco mais sobre as espécies de peixes que compõem os recursos pesqueiros das bacias dos rios Tocantins e Araguaia e registrar as espécies de peixe as quais tem realizado a pesca”, explicou.  

Sobre as ações apresentadas no contexto do PAT-Meio Norte, Oscar Vitorino ressaltou a expedição para localização das espécies ameaçadas Erythroxylum ayrtonianum (Erythroxylaceae) e Rinorea villosiflora (Violaceae). Ele também destacou a capacitação de diversas entidades envolvidas, divulgação do PAT e suas espécies-alvo, visando maior engajamento e integração na execução das ações.

O biólogo Oscar Vitorino frisou que o encontro é fundamental para promover a interação e integração entre todos os parceiros. “O compartilhamento de resultados, além de fornecer informações importantes sobre as ações desenvolvidas no âmbito do projeto, nos possibilita aprimorar nossos próprios processos”, destacou. 

A reunião do Comitê Executivo do Pró-Espécies: Todos contra a Extinção conta com a participação de representantes das 15 instituições parceiras que compõem o projeto para apresentação dos resultados dos trabalhos desenvolvidos no 1º semestre de 2023, além do planejamento de novas ações. 

Entre outras instituições estão o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-bio).

A reunião de Missão de Supervisão, por sua vez, é liderada pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), agência implementadora do projeto, e realizada a cada seis meses para acompanhamento das ações e do cumprimento das salvaguardas contidas nas políticas aplicáveis, além de atualização das informações sobre riscos e ações de mitigação.

Sobre o Pró-Espécies

A estratégia nacional para a conservação de espécies ameaçadas de extinção Pró-Espécies: Todos contra a extinção é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) que tem como objetivo adotar ações de prevenção, conservação, manejo e gestão para minimizar as ameaças, o risco de extinção e melhorar o estado de conservação das espécies ameaçadas.

Financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, da sigla em inglês para Global Environment Facility Trust Fund), o projeto é coordenado pelo Departamento de Espécies (DESP/MMA) e implementado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), sendo o WWF-Brasil a agência executora.

O projeto trabalha em conjunto no Maranhão, Bahia, Pará, Amazonas, Tocantins, Goiás, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo para desenvolver estratégias de conservação em 24 territórios, totalizando nove milhões de hectares. Prioriza a integração da União e Estados na implementação de políticas públicas, assim como procura alavancar iniciativas para reduzir as ameaças e melhorar o estado de conservação de pelo menos 290 espécies categorizadas como Criticamente em Perigo (CR) e que não contam com nenhum instrumento de conservação.

Sobre o PAT Cerrado Tocantins

O PAT Cerrado Tocantins foi publicado por meio da Portaria nº 80/2020 no Diário Oficial do Estado (DOE) e está inserido na região da bacia hidrográfica do alto Rio Tocantins, considerada única no planeta por sua diversidade biológica, e que possui apenas 6,87% de seu território formado por áreas protegidas. 

O território Cerrado Tocantins foi considerado prioritário para a conservação de espécies ameaçadas, compreendendo 22 municípios que vão do extremo leste do Estado, região das Serras Gerais, passando pela região de Natividade até as proximidades do Rio Tocantins, onde o acompanha do município de Peixe até Miracema, totalizando uma área de 3.721.203,59 hectares ou mais de 37 mil km².

Sobre o PAT Meio-Norte

O Plano de Ação Territorial para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção do Território Meio Norte (PAT Meio-Norte) é um instrumento desenvolvido para orientar as ações de preservação e redução de ameaças.  A iniciativa busca desenvolver ações para melhorar o estado de conservação de espécies ameaçadas de extinção no Território Meio-Norte, que compreende os estados do Maranhão, Pará e Tocantins, no Bico do Papagaio. 

O (PAT Meio-Norte) é coordenado pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), juntamente com o a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão (Sema-MA), e Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do estado do Pará (Ideflor-Bio), no âmbito do Projeto Pró-Espécies.