Com mais de 95% do café já colhido no final de agosto, a safra de 2023 do grão está estimada em 54,36 milhões de sacas. O volume representa um crescimento de 6,8% em relação à colheita registrada em 2022. Além de ser um recorde para um ano de bienalidade negativa, essa é a terceira maior safra já colhida no país, atrás apenas dos anos de 2018 e 2020 ambos de bienalidade positiva.
Os dados estão no 3º levantamento da cultura, divulgado nesta quarta-feira (20) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se a estimativa para este ano for comparada com o volume colhido na safra de 2021, último ano de bienalidade negativa, o aumento chega a ser de 13,9%.
Neste ano, a expectativa é de uma recuperação para o desempenho do café arábica. De acordo com os dados da Conab, a colheita desta espécie do grão deve chegar a 38,16 milhões de sacas. A alta é reflexo de um incremento de 2,4% na área em produção, aliado ao ganho estimado em 13,9% na produtividade, influenciado pelas condições climáticas mais favoráveis em relação às últimas duas safras. “Destaque para o desempenho de Minas Gerais, principal estado cafeicultor do país, que mesmo com os efeitos da bienalidade negativa sobre muitas das regiões produtoras apresenta um crescimento de 29,5% na produção”, destaca o gerente de Acompanhamento de Safras da Companhia, Fabiano Vasconcellos.
Cenário oposto é encontrado nas lavouras de conilon, onde é esperada uma queda de 11% na colheita quando comparado com o excelente resultado obtido em 2022, com estimativa de serem colhidas 16,2 milhões de sacas neste ano. “Este resultado se deve, sobretudo, à queda de 10,8% na produtividade, reflexo das condições climáticas um pouco adversas, registradas no principal estado produtor de conilon, o Espírito Santo, que impactou parte das lavouras, principalmente em fases iniciais do ciclo. Essa perda não foi compensada pelos ganhos esperados em Rondônia e Mato Grosso”, explica Vasconcellos.
Área
O documento também mostra que a área total destinada à cafeicultura no país em 2023, para o arábica e conilon, totaliza 2,24 milhões de hectares, sendo com 1,88 milhão de hectares em produção, com crescimento de 1,9% em relação ao ano anterior, e 362,5 mil hectares em formação, com redução de 9,3%.
Mercado
No acumulado de janeiro a agosto deste ano, o Brasil exportou 22,9 milhões de sacas de 60 kg, segundo dados consolidados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O volume embarcado representa uma queda de 10,8% na comparação com igual período do ano passado. O desempenho negativo no acumulado de 2023 foi influenciado pela restrição dos estoques nos primeiros meses da temporada, após safras com a produção limitada em 2021 e 2022.
Já apenas em agosto, o cenário das vendas externas se apresenta mais favorável. No último mês, o Brasil exportou cerca de 3,69 milhões de sacas de 60 kg de café em agosto de 2023, o que representa alta de 37,6% em relação ao mês anterior e de 38,5% na comparação com igual período de 2022, de acordo com o MDIC. “Após queda na quantidade de café exportada em 2021 e 2022, a ampliação da oferta interna em 2023 pode resultar em recuperação da exportação na safra atual. A exemplo do último mês de agosto, as exportações tendem a permanecer aquecidas nos próximos meses deste ano”, analisa o gerente de Fibras e Alimentos Básicos da Conab, Gabriel Rabello.
Para obter mais detalhes sobre os números da safra de café no país basta acessar as tabelas e o Boletim completo do 3° Levantamento do produto. (Conab)