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Polí­cia

Foto: Divulgação PM/TO

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Raio, Sniper, Radar Spike, Horus e Kira não usam fardas, distintivos ou coletes, mas possuem uma arma que é implacável contra o crime, o faro. Nos últimos dois anos, os cães farejadores da Polícia Militar do Tocantins, integrantes do Grupo de Operações com Cães (GOC), pertencente ao Batalhão de Polícia de Choque (BPCHOQUE) e Força Tática Cães do 4º Batalhão da PM e 2º Batalhão da PM, auxiliaram na apreensão de quase duas toneladas de entorpecentes no Estado. 

De acordo com o levantamento, o total de 1.568 kg de substâncias como crack, maconha, cocaína, pasta base e outras drogas foram retiradas de circulação com a ação dos cães da corporação em combate ao tráfico de drogas no Tocantins, nos anos de 2022 e 2023. 

Em uma das maiores apreensões de 2022, o cão de faro Raio, localizou aproximadamente uma tonelada de substância análoga à maconha que estava escondida dentro de itens de uma mudança, transportados em um caminhão que vinha do Paraguai. A apreensão aconteceu em Gurupi, durante uma ação da Operação “Hórus Vigia”, realizada em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Durante a verificação, o cão de faro apontou que os 921,4 Kg da substância análoga à maconha estavam escondidos dentro de um guarda-roupas, dois freezers e uma geladeira. O material apreendido foi avaliado em cerca de R$ 10.309.859,00, caso fosse inserido no mercado ilegal de drogas.

No norte do Estado, mais de 62 kg de drogas foram apreendidas em três ocorrências distintas, durante a Operação “Narco Brasil”, em ação conjunta com a Polícia Rodoviária Federal em Guaraí. Os tabletes de maconha e crack foram localizados dentro dos bagageiros de três ônibus na Rodovia BR - 153, pelos cães farejadores Sniper, Radar e Spike, da Polícia Militar.

Em 2023, os cães de faro de narcóticos, Zara e Spike, da Polícia Militar, auxiliaram na localização de mais de 30 kg de entorpecentes em ações realizadas no Estado. No mês de junho, em operação conjunta entre equipes do Batalhão de Choque - BPCHOQUE e Polícia Rodoviária Federal - PRF, com emprego de cães, um homem foi preso com mais de 10 quilos de maconha, em Guaraí. Os cães especializados em faro indicaram a presença das substâncias dentro de uma caixa de papelão que estava no compartimento de bagagens. O proprietário da caixa informou que recebeu a quantia de R$ 70,00 para fazer o traslado do entorpecente que partiu de Igarapava – SP para fazer a entrega em Vitória do Mearim - MA.

De acordo com o tenente Joaquim Florêncio Ramos Júnior, comandante do GOC, “o cão é ferramenta fundamental para uso na Polícia Militar no combate à criminalidade, uma vez que através do seu faro, o odor de vários tipos de entorpecentes como cocaína, maconha e crack, podem ser detectados, resultando em várias apreensões e prisões no decorrer do ano".

Onde estão?

Os cães da Polícia Militar estão lotados nas Unidades Especializadas que realizam o emprego dos animais na atividade policial, dentre elas o Grupo de Operações com cães (GOC) que é a 2º Companhia do Batalhão de Polícia de choque (BPCHOQUE), Unidade pertencente ao Comando de Policiamento Especializado (CPE). Há também canis setoriais no 2º Batalhão e 4º Batalhão da PM.

Os policiais que atuam diretamente com os cães nestas Unidades, possuem Curso de Cinotecnia ou Operações com Cães, que os habilitam a conduzir e atuar no adestramento dos animais para o emprego em atividades policiais.

Os cães recebem treinamento de faro para localizar armas de fogo, explosivos, pessoas vivas e mortas, além de entorpecentes. O cão também pode ser empregado no controle de distúrbios civis, em intervenções prisionais quando necessário para conter rebeliões e motins, além de auxiliar na localização de pessoas desaparecidas e criminosos escondidos em área rural ou urbana.

Treinamento

De acordo com o tenente Joaquim Junior, o treinamento dos animais de faro de entorpecentes inicia com a observação quanto à genética, “verificamos se os pais têm aptidão para o trabalho policial e separamos dentro da ninhada os filhotes que são menos sensíveis a estampidos, ambientes e que têm mais interesse por brinquedos e alimentos, para então iniciar os treinamentos com o filhote que em resumo são realizados através de associação, apresentando ao cão o odor que se quer que este localize. O percurso para se tornar cão policial é longo e em aproximadamente 12 meses o cão estará pronto para o emprego na atividade policial”. 

No Tocantins, os cães são das raças pastor belga malinois, golden retriever, pit bull e labrador, rastreador brasileiro, e são mantidos em Canis. Porém, como todo combatente, eles também precisam de cuidados especiais e há uma preocupação constante com a saúde desses animais, principalmente no combate ao calazar, com monitoramento e vacinas regulares contra doenças como cinomose, hepatite, leptospirose, entre outras. Os cães recebem duas refeições diárias à base de ração e cada animal é batizado com um nome, digamos, “próprio”.

No mês de julho de 2023, a Polícia Militar lançou o Edital do processo para seleção de cães da comunidade que participaram do III Curso de Cinotecnia Policial. Participaram do treinamento de adestramento básico 20 cães, que estiveram com os alunos durante todo o curso e ao final foram entregues aos seus donos particulares durante cerimônia de formatura ocorrida em outubro deste ano.

Importância do Cão Policial

E que ninguém duvide da capacidade olfativa desses cães – em especial contra o crime. Eles estão provando a cada dia seu valor e contribuindo com a Polícia Militar e consequentemente com a sociedade tocantinense, em apreensões de entorpecentes, localização de indivíduos foragidos em locais de difícil acesso, a exemplo da Operação Canguçu, dentre outras ações.

“Consideramos o cão como uma extensão do policial, bem como um membro da Corporação”, disse o tenente PM Joaquim Junior sobre a importância desses animais para a segurança da sociedade. Essa parceria é fundamental no trabalho com cães, e se reflete em benefícios à toda comunidade. (PM/TO)

(Divulgação PM/TO)