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Opinião

Foto: Divulgação @andrenaves.def

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A trajetória da Pessoa com Deficiência (PcD) é marcada por obstáculos sociais que, muitas vezes, são erroneamente associados à sua condição individual. No entanto, a compreensão aprofundada revela que as barreiras enfrentadas diariamente não emanam da deficiência em si, mas das estruturas sociais deficientes e excludentes presentes na sociedade.

É urgente eliminar tais barreiras injustas e odiosas por meio da construção de uma sociedade inclusiva, da Educação Inclusiva e do Trabalho.

É importante destacar que a pessoa com deficiência é frequentemente confrontada com inúmeras barreiras, que vão desde a falta de acessibilidade física até estigmatizações e preconceitos. Enfatizo que essas barreiras não derivam da condição da pessoa, mas sim do ambiente estrutural que perpetua essa exclusão. Eliminar barreiras exige uma reconfiguração de paradigmas e a compreensão de que a inclusão beneficia toda a sociedade, fortalecendo seus alicerces.

É, neste sentido, que a Educação Inclusiva e o Trabalho surgem como poderosas ferramentas na busca pela emancipação e autonomia das pessoas com deficiência. Ao capacitá-los para a vida social, esses instrumentos não apenas quebram barreiras, mas também fomentam uma participação ativa e significativa desses indivíduos na sociedade.

Recente pesquisa da Fundação Seade e da Secretaria do Estado de São Paulo dos Direitos da Pessoa com Deficiência revela uma tendência notável: mais de 60% das PcD estão buscando no empreendedorismo o protagonismo na inclusão social. Essa escolha demonstra a necessidade de incentivar e simplificar o ambiente de negócios como parte integrante da promoção inclusiva.

A construção de uma sociedade para todos demanda a desconstrução de barreiras injustas e a promoção de ambientes que valorizem a diversidade. A Educação Inclusiva e o Trabalho surgem como instrumentos-chave nesse processo, proporcionando não apenas capacitação, mas também empoderamento.

O Estado brasileiro, reconhecendo a importância do empreendedorismo na inclusão social, deve assumir a responsabilidade de facilitar e simplificar o ambiente de negócios. Ao priorizar a voz, o protagonismo e a liderança das pessoas com deficiência, estaremos construindo uma sociedade na qual todos possam contribuir plenamente: "nada sobre nós, sem nós".

*André Naves é defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social, e mestre em Economia Política. É também comendador cultural, escritor, professor e palestrante.