O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 14.793, publicada nesta segunda-feira, 8 de janeiro, no Diário Oficial da União (DOU). O texto confere o título de Herói da Pátria a Luiz Gonzaga. Com isso, o nome do músico e sanfoneiro passa a integrar o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, no Panteão da Pátria e da Liberdade, em Brasília/DF, como forma de homenageá-lo pela imensa representação na cultura popular brasileira, em especial a nordestina.
Luiz Gonzaga do Nascimento foi cantor, compositor, músico e importante figura dentro da música popular brasileira. Dominou a sanfona desde cedo, instrumento que carregou por toda a vida, seguindo os passos do pai. Antes de emplacar na carreira musical, serviu como soldado ao Exército no Nordeste em outros estados. Sua carreira na música começou por volta de 1939, no Rio de Janeiro, que naquela época era a capital do país.
Compôs a famosa “Asa Branca”, canção de 1947, em parceria com Humberto Teixeira. É uma das mais conhecidas canções sobre o Nordeste brasileiro e considerada um “hino nordestino”. A letra fala sobre a seca e traz em suas frases versos como “Espero a chuva cair de novo pra mim vortar' pro meu sertão”.
O sanfoneiro foi um dos principais responsáveis por popularizar a música nordestina em todo o País, como o forró, xote e, em especial, o baião, gênero de música e dança popular, sendo por isso considerado o “Rei do Baião”. Entre seus inúmeros sucessos, se destacam “O xote das meninas”, “O cheiro da Carolina” e “Pagode Russo”.
Luiz Gonzaga não apenas cantava e tocava, mas demonstrava até em suas vestimentas características sertanejas, como chapéu e sandália de couro e o gibão, vestimenta comum entre vaqueiros nordestinos. Nos anos 1950 já estava entre os artistas mais populares do Brasil.
Luiz Gonzaga nasceu em 13 de dezembro de 1912, em Exu, município de Pernambuco. Era filho de Ana Batista de Jesus e de Januário José dos Santos, conhecido nas redondezas como Mestre Januário por também dominar a sanfona. Luiz Gonzaga o eternizou na música “Respeita Januário”. Gonzagão faleceu aos 76 anos, em 2 de agosto de 1989. Em seu legado, deixou mais de 50 discos compactos e 44 discos de vinil e a consolidação da música nordestina em todo o País.
Forró
Em homenagem ao seu nascimento, o dia 13 de dezembro foi instituído como o Dia Nacional do Forró. Em 2023, o presidente Lula sancionou a Lei nº 14.720, que reconheceu oficialmente o forró como manifestação da cultura nacional. A importância do forró é tamanha que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) declarou, em 2021, as matrizes tradicionais do forró como Patrimônio Cultural do Brasil.