Os medicamentos são responsáveis por uma representativa parcela dos gastos dos brasileiros e esse é um gasto prioritário das famílias, que podem deixar de comprar muitas coisas, mas dificilmente não adquirem esses produtos quando receitados ou em caso de necessidade.
O problema é que esses produtos devem ficar ainda mais caros em 2024, deferente de outros anos podendo ter dois aumentos, levando em consideração o aumento das alíquotas de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em alguns estados. O aumento regular é o que acontece todo ano, no começo de abril, segundo resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Tradicionalemnte os preços dos medicamentos têm uma dinâmica diferente dos demais produtos de mercado, com apenas um reajuste por ano e esse estabelece o preço máximo que esses podem ser vendidos nas farmácias.
O possível aumento extra deve alterar ainda mais o comportamento do consumidor. Segundo a 6ª Edição da Pesquisa Sobre o Comportamento do Consumidor em Farmácias no Brasil finalizada em 2023, realizado pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa (IFEPEC) em Parceria com a Unicamp, o público das farmácias está mais atento para economizar em compras nas farmácias.
Para pesquisa foram entrevistados 4.000 consumidores em todo o País. Dentre os pontos apontados na pesquisa, uma mudança no perfil em relação aos outros anos é que mais consumidores afirmam que o preço foi o principal fator para a escolha da farmácia, atingindo 82,13% dos entrevistados. No ano anterior esse número era de 79,9%.
Além disso, aumentou muito a pesquisa de preço. Um total de 31,2% dos consumidores afirmaram que realizaram alguma forma de pesquisa de preços em outras farmácias antes de efetuar sua compra. Em 2022 esse percentual era de 15,3%.
Ainda em busca de economia, mais de 92,5% dos consumidores entrevistados reportaram participar de algum programa de fidelidade, o que comprova que essas ações continuam em alta.
O objetivo central dessa pesquisa sempre foi de analisar o perfil de consumo nas farmácias. "Fazer uma pesquisa sobre o retrato real do comportamento dos consumidores no varejo farmacêutico nacional é primordial para apoiar as iniciativas internas. Com dados atuais à disposição, podemos estruturar nossas estratégias e dessa forma sermos mais assertivos", destaca Edison Tamascia, presidente da Febrafar.
Como economizar?
Assim, a pergunta que fica é: O que fazer na situação atual para comprar medicamentos? "Mesmo tendo os medicamentos preços tabelados é possível economizar nessas comprar. Uma coisa que poucas pessoas sabem é que se tabela apenas o valor máximo dos medicamentos, mas o mínimo as farmácias podem estabelecer de acordo com suas estratégias comerciais", analisa o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (ABEFIN), Reinaldo Domingos.
Para auxiliar os consumidores, veja orientações elaborados por Reinaldo Domingos sobre como economizar na compra desses produtos:
1. Pesquise preços
Busque conhecer o preço em outras farmácias, é interessante pesquisar, pois os preços são realmente muito diferentes, sem contar que no final das contas uma drogaria pode cobrir o preço da concorrência. Aconselho que o consumidor faça um cadastro de fidelidade e participe de programas de aquisição de medicamentos, pois a prática pode resultar em descontos futuros.
2. Defina o que quer comprar
É importante ter bem claro o que se deseja comprar na farmácia. Por isso se atenha a uma lista pré-definida de produtos, evitando comprar por impulso, o que é muito comum nos dias de hoje.
3. Pesquise genéricos e similares
Na grande maioria das vezes os medicamentos genéricos ou similares são mais em conta, assim a orientação é sempre buscar por essa alternativa nas farmácias e quando o médico for elaborar a prescrição, solicite que coloque o princípio ativo em vez da marca. Pesquise também entre laboratórios, pois os preços são variados.
4. Cadastre-se no programa Farmácia Popular
Muitas farmácias possuem um programa governamental chamado Farmácia Popular, esse oferece medicamentos gratuitos de hipertensão, diabetes ou asma para pessoas que possuem cadastro e receita. O programa também possibilita descontos de até 90% mais baixos. É necessário apenas ir a uma farmácia credenciada, apresentar a receita - que não precisa ser de um médico do Sistema Único de Saúde (SUS) - e a identidade para conseguir pegar medicamentos com desconto.
5. Utilize programas de fidelidade
A grande maioria das farmácias possui programas de fidelidades com grandes benefícios. Mas além disto existem os programas dos laboratórios, faça seu cadastro, pois são aceitos em muitas farmácias, gerando economia de até 70%. Veja se sua empresa, plano de saúde, sindicato ou associação de classe profissional não possui parceria com alguma rede.