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Meio Ambiente

Foto: Marcelo Barbosa/Naturatins

Foto: Marcelo Barbosa/Naturatins

O Governo do Tocantins, por meio do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), iniciou nessa segunda-feira, 22, as atividades de monitoramento e conservação do pato-mergulhão nas regiões do Parque Estadual do Jalapão (PEJ) e da Estação Ecológica da Serra Geral. 

Com o objetivo de aumentar a cobertura amostral dos censos da espécie, estas ações são alinhadas no Plano de Ação Nacional (PAN) Pato-Mergulhão, sob gestão do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

Desde 2007, o Naturatins desenvolve trabalho para conservação da espécie, e, a partir de 2008, possui representação no Grupo de Assessoramento Técnico (GAT) do PAN Pato-Mergulhão.

As atividades deste ano contam com a colaboração da Fundação Pró-Natureza (Funatura); da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), campus de Caxias; Universidade Federal do Tocantins (UFT); do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), agência de Porto Alegre e da Reserva Conservacionista Piracema, de Almas; o custeio de parte dos recursos para este ano são oriundos de doação do Fundo de Conservação de Espécies Mohamed bin Zayed.

Paulo Antas, da Funatura, explica que a população da espécie, localizada na região setentrional do Rio Novo, tem apresentado, nos últimos três anos, redução em seus números e baixa sobrevivência dos filhotes. “Os censos dessa população do Rio Novo, feitos a partir de 2008/09 e, com frequência anual, desde 2019, tem mostrado uma redução de seus números e baixo sucesso reprodutivo”, destaca.

Ainda conforme o pesquisador, serão realizados censos de varredura com botes infláveis no trecho ocupado pela espécie, entre a cabeceira do Rio Novo e a Cachoeira da Velha, assim como observações intensivas de ninhos ocupados nesta estação reprodutiva para elucidar os padrões de ocupação do ambiente ao longo do período de nidificação, além de identificar os principais obstáculos para o aumento do sucesso reprodutivo nas semanas pós-nascimento.

Representante do Naturatins no GAT, o biólogo Marcelo Barbosa, inspetor de Recursos Naturais, detalha que será realizado o mapeamento em trechos entre a parte alta do Rio Novo e a Cachoeira da Velha, locais que são mais utilizados pela espécie durante o período reprodutivo. “Será realizada uma avaliação mais detalhada de ninhos durante a estação reprodutiva através de observações intensivas em áreas próximas dos mesmos e sob camuflagem para não haver perturbação do casal reprodutivo”, pontua. O acompanhamento de grupos familiares do pato-mergulhão durante seu deslocamento ao longo do rio, no pós-nascimento, permitirá verificar as possíveis causas de mortalidade dos filhotes em suas fases de desenvolvimento.

Neste ano, o diferencial dos trabalhos será a instalação de ninhos artificiais (caixas-ninho) em pontos estratégicos do Rio Novo. “O intuito é avaliar a aceitação desse tipo de ninho, como também proporcionar uma disponibilidade maior de cavidades para nidificação da espécie, objetivando melhores resultados no processo reprodutivo do pato-mergulhão e consequentemente um aumento no número populacional da espécie na região”, finaliza Marcelo Barbosa. (Secom/TO)