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Opinião

A educação básica no Estado de São Paulo enfrenta uma crise profunda que afeta diretamente a qualidade do ensino oferecido a seus mais de 3 milhões de estudantes. Apesar de seu potencial econômico, o investimento por aluno no estado é de pouco mais do que um terço da média nacional.

Uma das questões mais graves é a falta de professores. São Paulo conta com pouco mais de 210 mil professores, quase metade sob regime de contratação temporária, a chamada Categoria O. Além disso, a ausência de concursos públicos para reposição de servidores é um problema crítico. Com mais de 100 mil cargos vagos devido a aposentadorias e outras formas de desligamento, a rede estadual sofre com a escassez de professores e funcionários de apoio. A defasagem de pessoal devido à falta de concursos públicos compromete a qualidade do serviço educacional oferecido e o regime de contratação temporária precariza a profissão e impede a formação de vínculos duradouros entre professores e alunos, além de prejudicar o desenvolvimento de projetos pedagógicos de longo prazo.

A precariedade das condições de trabalho é outro fator alarmante. Os professores da rede estadual enfrentam salas de aula superlotadas, falta de recursos didáticos e infraestrutura inadequada. A carga de trabalho é extenuante e os salários, insuficientes. Essa situação contribui para a desmotivação dos profissionais e uma alta rotatividade, prejudicando a continuidade do aprendizado dos alunos.

A solução para a crise da educação em São Paulo passa por uma revisão profunda das políticas públicas e do modelo de gestão adotado. É imperativo aumentar o investimento por aluno, aproximando-o da média nacional, e promover concursos públicos regulares para a contratação de professores e demais servidores. Apenas com uma base sólida de profissionais efetivos e bem remunerados será possível garantir um ensino de qualidade. É também urgente que o Estado proporcione infraestrutura adequada, recursos pedagógicos atualizados e apoio psicossocial para professores e alunos, além da valorização do magistério, com salários justos e oportunidades de formação continuada.

A gestão da educação básica em São Paulo precisa de uma reformulação urgente e profunda. O futuro dos milhões de estudantes paulistas depende de ações concretas e eficazes que priorizem a educação como um pilar fundamental para o desenvolvimento do estado e do país. Chegou a hora de tratar a educação com a seriedade e o compromisso que ela merece, garantindo a todos os alunos uma formação digna e de qualidade.

*Antonio Tuccilio é presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos.