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Foto: FAB/Divulgação

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A Operação Raízes do Cedro, que já soma oito voos de resgate de brasileiros e familiares da zona de conflito no Líbano, também tem aproveitado os deslocamentos da aeronave KC-30, da Força Aérea Brasileira (FAB), para enviar insumos hospitalares, além de alimentos, para a população afetada pela guerra.

Em mais uma missão da operação, o KC-30 decolou por volta das 15h20 desse sábado, 26 de outubro, para a nona missão de repatriação levando uma carga de 16,8 toneladas de produtos, sendo, aproximadamente, 9,5 toneladas de medicamentos, incluindo 400 mil ampolas do midazolam, utilizado para sedação pré-cirúrgica e para intubação orotraqueal, doados pelo Ministério da Saúde.

No mesmo voo também foram encaminhados cestas básicas e medicamentos, arrecadados pela Embaixada do Líbano, em Brasília, em conjunto com o Consulado-Geral do Líbano, em São Paulo, por meio da Associação Unidos pelo Líbano - UpL, e pelo o Consulado-Geral do Líbano, no Rio de Janeiro.

A Operação Raízes do Cedro, do Governo Federal, já possibilitou doações ao Líbano de sete cargas de medicamentos, seringas descartáveis e envelopes para reidratação oriundos dos estoques públicos do SUS administrados pelo Ministério da Saúde, além de medicamentos e cestas básicas arrecadados pelas representações diplomáticas e consulares do Líbano no Brasil e doadas por empresas farmacêuticas brasileiras.

As doações feitas pelo Ministério da Saúde atendem à demanda apresentada pela Embaixada do Líbano em Brasília, em setembro. A cooperação humanitária internacional do Brasil acontece com base nos estoques do Sistema Único de Saúde (SUS) administrados pelo Ministério da Saúde. Nesse sentido, doações são realizadas após análise técnica que assegura não haver risco de comprometimento do abastecimento nacional no âmbito do SUS.

Novos voos

O Itamaraty, por meio da Embaixada do Brasil em Beirute, está em contato com brasileiros e seus familiares próximos para prestar-lhes assistência consular e verificar a necessidade de promover novo voo de repatriação, a depender das condições de segurança no terreno.

Orientações

O governo brasileiro reitera o alerta para que todos sigam as orientações de segurança das autoridades locais e, para os que disponham de recursos para tal, que procurem deixar o território libanês por meios próprios. O aeroporto de Beirute continua em operação, com voos da companhia libanesa Middle East Airlines. 

 Histórico

A primeira escala da operação pousou no Brasil no último domingo, 6 de outubro. O grupo com 229 passageiros e três pets foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reforçou que o país seguirá com os esforços para trazer todos os brasileiros e familiares que necessitarem. Dois dias depois (8/10), uma nova escala da operação trouxe até São Paulo 227 passageiros e mais quatro animais domésticos. No dia 10 de outubro, uma terceira escala chegou com 218 passageiros e cinco pets. A quarta escala desembarcou em 12 de outubro, com 211 passageiros. O quinto voo pousou em 14 de outubro, com 220 passageiros e dois pets. No último sábado, dia 19, o sexto voo chegou ao Brasil, com 212 passageiros e um pet. A sétima escala da Operação Raízes do Cedro foi concluída na última terça-feira, 22 de outubro, com o desembarque de 82 passageiros, incluindo 11 crianças, e um pet.

 Insumos 

Além de resgatar os brasileiros e familiares, o deslocamento do KC-30 até o Líbano é usado para o Brasil enviar insumos estratégicos em saúde para o Líbano. As escalas da operação já entregaram mais de 47 toneladas de donativos, entre insumos hospitalares, cestas de alimentos e outros.

O governo brasileiro já enviou ao Líbano cinco cargas de medicamentos, seringas descartáveis e envelopes para reidratação oriundos dos estoques públicos do SUS administrados pelo Ministério da Saúde, além de medicamentos e cestas básicas arrecadados pela Embaixada do Líbano em Brasília, por meio da Associação Unidos pelo Líbano (UpL), e pelo Consulado-Geral do Líbano no Rio de Janeiro.

Assistência

Ao chegarem ao Brasil, as famílias são recebidas por equipes especializadas do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, e da Agência da ONU para as Migrações (OIM), que acolhem as demandas imediatas e avaliam se as pessoas têm redes de proteção familiar ou social no Brasil, além de determinar a necessidade de acolhimento em abrigos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), de hospedagem temporária e, nos casos de famílias em condição de vulnerabilidade, a possibilidade de passarem a integrar programas sociais do Governo Federal, como o Bolsa Família.

Saúde

Outro grupo que atua na chegada dos resgatados do Líbano é o da Força Nacional do SUS, composta por médicos, enfermeiros e psicólogos que oferecem cuidados quanto à saúde física e mental dos repatriados. A equipe recebe uma espécie de manual de costumes do país, envolvendo cultura, comportamento, vestimenta, linguagem, religião e alimentação para prestar um atendimento mais humanizado e acolhedor.

Identificação 

A força-tarefa de acolhimento de brasileiros repatriados do Líbano também conta com a presença do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que auxilia no controle e identificação dos recém-chegados. O trabalho é feito com apoio da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Pets

O Ministério da Agricultura e Pecuária manteve a flexibilização de regras para entrada de cães e gatos. As unidades da Vigilância Agropecuária Internacional, em conjunto com a Coordenação de Trânsito e Integração Nacional de Cargas e Passageiros, adotam protocolo especial para animais de estimação provenientes do Oriente Médio. O procedimento permite que tutores ingressem sem a apresentação imediata de documentos exigidos em condições normais.

Voltando em Paz

As ações de repatriação e recepção são similares às realizadas pelo Governo Federal entre outubro de 2023 e janeiro de 2024, na Operação Voltando em Paz, que repatriou mais de 1.500 brasileiros e cerca de 50 pets das zonas de conflito na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e em Israel.

O que é

A Operação Raízes do Cedro foi determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir do acirramento do confronto entre Israel e o grupo Hezbollah, que atua no Líbano. A logística de repatriação envolve o uso de aeronaves e de servidores da Força Aérea Brasileira e um intenso trabalho de articulação do Itamaraty. (Secom PR)