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Cultura

Foto: Carolina Sanches

O compacto Fruto Rebeldia marca a estreia da carreira solo de Aluísio Cavalcante. A nova produção fonográfica do cantor e compositor tocantinense radicado em Minas Gerais, chegou às plataformas no final de setembro e no próximo domingo, 3 de novembro, será celebrada em um show de lançamento no Birosca (Pça. Joaquim Maracaípe - Taquaruçu).

Ouça o compacto “Fruto Rebeldia”

Além das canções recém lançadas, o espetáculo musical desta sexta trará ainda outras composições de Cavalcante, parcerias com compositores de diferentes regiões do país,  além de releituras surpreendentes para raridades da música brasileira “Preparamos um repertório muito especial para esta noite de lançamento, com bastante diversidade rítmica e vários climas ao longo do show”, adiantou o artista.

Conhecido por uma performance autêntica e carregada de uma dramaticidade musical peculiar, Aluísio Cavalcante sobe ao palco acompanhado por Ricardo Carlim (guitarra), Diego Britto (contrabaixo) e Jefter Costa (bateria). Quem abre e encerra os trabalhos é a dj GabGrammont com duas sessões quentíssimas de discotecagem, seguida pela banda palmense Kanichi.

Modernidade com sotaques do Brasil de dentro

Em seu novo trabalho, Cavalcante apresenta duas canções inéditas, que lança luz aos caminhos estéticos escolhidos pelo artista para este novo ciclo.  Na faixa título, com versos em parceria com o poeta maranhense Celso Borges, escancaram-se suas raízes profundas na cultura popular intimamente integradas aos grooves urbanos e a psicodelia setentista. Em meio a riffs de guitarras lisérgicas, Aluísio recorre à memórias da infância vivida entre Goiás e o Tocantins para trazer ao ouvinte algumas pistas do terreno fértil e feroz que é seu imaginário, 

“(...) nos quintais, as cercas que arrancaram / bem antes d´eu passar por aqui

alargaram as tardes, me animaram / a buscar os caminhos que eu não vi

encontrei senda aberta, vez em quando / noutras, peito aberto a rasgar o dia

sou(l) feito daquelas que queimaram / daqueles que arderam e hoje me irradiam.

Já em “Dobra”, canção em parceria com Gregory Carvalho, as referências da música preta norte-americana colorem uma atmosfera urbana em que se pintam os paradoxos do amor. A dosagem de "certeza e dúvida", assim como o "copo da nossa dor", sugere que esse sentimento, mesmo em sua plenitude, nunca é completamente simples. A construção rítmica e a escolha de palavras dão um toque íntimo e cotidiano, como quem descreve uma rotina de saudades e reencontros. "Se fosse lá, cê vinha" e "Basta você chegar chegando" são versos que trazem uma informalidade, quase coloquial, que aproxima o ouvinte dessa relação de altos e baixos, onde o tempo e o espaço são maleáveis – "A gente esconde o tempo e o espaço nas dobras do nosso amor".

O compacto “Fruto Rebeldia” foi gravado em Londrina (PR), com a direção musical e produção artística de Aluísio, com arranjos e produção musical coletivos, que contou com Mariana Franco (contrabaixo), André Coudeiro (bateria), Daniel Loureiro (guitarra), além das vozes e guitarras do próprio compositor. Gravação, mixagem e masterização foram realizadas pelo engenheiro de som Marco Aurélio (Estúdio Toque Grave).

Perfil 

Crescido entre as influências dos povos do cerrado, dos beradeiros dos rios amazônicos e dos cantos do sertão, Aluísio absorveu a riqueza sonora do Brasil Central desde criança. Nascido em Goiás, crescido no Tocantins e radicado nas montanhas sul-mineiras há uma década, formou o grupo Guaimbê, com o qual lançou dois álbuns,  “Mar de Algaroba” (2021) e “Lição de Faveira” (2024), com canções vencedoras do Prêmio de Música das Minas Gerais em 2021 e 2022 e finalista de outros festivais nacionais, como o Festival Rádio MEC. Ao lado do seu parceiro, compositor e produtor pernambucano André Macambira, produziu e interpretou canções de autoria do seu pai, o poeta Gilson Cavalcante, no álbum “Cantigas e Quintais” ( 2022).