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Polí­cia

Caixas de cigarro encontradas em estrutura de galpão.

Caixas de cigarro encontradas em estrutura de galpão. Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Caixas de cigarro encontradas em estrutura de galpão. Caixas de cigarro encontradas em estrutura de galpão.

Operação da Polícia Militar do Tocantins (PMTO), com apoio das Polícias Militares da Bahia e Pernambuco, por meio de repasse de informações, desarticulou nesse domingo, 27, uma quadrilha internacional suspeita de contrabando de cigarros, levando ao fechamento de uma fábrica clandestina no município de Dianópolis, no sudeste do Tocantins. A operação resultou na apreensão de mais de 12 toneladas de cigarros prontos para venda, além de 27 toneladas de tabaco e outros insumos destinados à produção ilegal.

A ação foi possível graças ao compartilhamento de informações entre as forças policiais dos três estados. A PMTO atuou com equipes do 11º Batalhão da PM, Força Tática, Patrulha Rural, Grupamento Aéreo - GRAER, e Batalhão de Polícia Militar Rodoviário e Divisas - BPMRED, que localizaram inicialmente o galpão clandestino às margens de um canal em Dianópolis. Drones foram utilizados para patrulhamento aéreo, o que possibilitou a localização de dois galpões, onde as equipes verificaram uma linha de produção de cigarros em grande escala.

A Operação

Após compartilhamento de informações pela Companhia Independente de Policiamento Especializado - CIPE Chapada, da PM da Bahia, e pela PM de Pernambuco, que alertaram sobre o transporte de uma carga ilegal de cigarros na área, as equipes da Polícia Militar do Tocantins realizaram incursões e localizaram uma casa abandonada nas margens de um canal em Dianópolis. Com o uso de drones, o GRAER identificou dois galpões próximos ao local. Ao se aproximarem, os policiais avistaram dois indivíduos que fugiram em direção à mata. 

Durante a noite, os agentes mantiveram vigilância no local e confirmaram que a estrutura abrigava uma fábrica de cigarros. No interior do galpão, as equipes encontraram uma linha de produção completa para fabricação de cigarros, que incluía quase 50 mil maços prontos para comercialização, caixas de filtros e insumos. Estima-se que a capacidade de produção da fábrica fosse de cinco mil maços de cigarro por dia, o que equivale a 1 milhão de cigarros. Foram apreendidos maquinários, um caminhão-baú e cerca de 27 toneladas de tabaco. Além disso, os militares apreenderam duas armas de fogo em posse dos suspeitos: uma pistola calibre 380 e um revólver calibre 38.

 Foto: Felipe Cruz/SecomTO

Durante a incursão, de acordo com a PM/TO, dois criminosos armados tentaram fugir e, ao serem identificados como suspeitos, atiraram contra as equipes, colocando em risco a integridade dos policiais. Durante o confronto os criminosos foram atingidos e, mesmo com o atendimento do Corpo de Bombeiros Militar, não resistiram aos ferimentos e vieram a óbito. Segundo a Polícia Militar, um terceiro suspeito foi preso em flagrante e confessou que atuava como responsável pelo fornecimento de mantimentos aos demais integrantes da organização criminosa. Segundo relato do indivíduo preso, o local contava com a participação de 18 paraguaios, responsáveis pela produção, e ele, junto aos outros dois suspeitos atingidos no confronto, gerenciava a operação no galpão.

Produtos apreendidos

  • 815 caixas (40.750 maços) de cigarros prontos para comercialização – totalizando 12,3 toneladas;
  • 25 toneladas de tabaco in natura;
  • 126 caixas de filtro para cigarro – totalizando 2,5 toneladas;
  • 12 torres de bobina de papel – pesando 12 toneladas.

As embalagens dos produtos exibiam logotipos falsificados, entre eles “Meridian,” “Holland Jeck,” “Classis,” e “Zen,” marcas populares no mercado paraguaio. Além disso, toda a contabilidade encontrada era registrada em língua castelhana, indicando conexão direta com o Paraguai. Estima-se que a fábrica tivesse uma capacidade de produção de cinco mil maços de cigarro por dia, configurando um significativo esquema de contrabando que gerava elevados prejuízos ao país, tanto pela evasão fiscal quanto pelo risco à saúde pública.

Segundo a PMTO, a produção, feita sem qualquer licença, era mantida em condições insalubres e precárias, configurando trabalho análogo à escravidão. 

A Polícia Federal (PF) foi acionada para realização dos procedimentos relativos aos crimes de contrabando, produção e comercialização ilegal de produtos, além das investigações sobre a suposta denúncia de trabalho análogo à escravidão. A PF fez a perícia, contagem e apreensão de todo material apreendido, além do flagrante do indivíduo preso durante a Operação.

 Em operação conjunta com as PMBA e de PMPE, a Polícia Militar do Tocantins apreendeu mais de 1,5 milhão de cigarros e 50 toneladas de tabaco em Dianópolis (Foto: Felipe Cruz/SecomTO)

O que diz o comando da PM

O comandante-Geral da Polícia Militar do Tocantins, coronel PM Márcio Antônio Barbosa, acompanhou a Operação no local e destacou a ação exitosa das equipes envolvidas. “Esta operação representa mais um marco no compromisso da Polícia Militar do Tocantins em combater o crime organizado e proteger a nossa sociedade. Graças ao trabalho incansável de nossas equipes e ao apoio fundamental das Polícias Militares da Bahia e de Pernambuco, conseguimos desarticular uma quadrilha internacional e apreender uma enorme quantidade de cigarros e insumos ilegais, prevenindo danos à saúde pública e prejuízos econômicos ao país”, destacou. (Matéria atualizada às 14h08min) (Com informações da PM/TO)