A Secretaria Estadual de Saúde do Tocantins (SES-TO) confirmou nesta segunda-feira, 11, a morte do paciente Gilmar Sampaio da Silva, 50 anos de idade, diagnosticado com raiva. Ele residia em Alvorada/TO e estava internado no Hospital Regional de Gurupi (HRG) desde o dia 22 de outubro, falecendo na noite desse domingo, 9.
De acordo com a Saúde, Gilmar recebeu o suporte para seu quadro clínico, mas mesmo com todos os esforços da equipe multiprofissional, não resistiu. A Secretaria divulgou nota com esclarecimentos, solidarizando-se e colocando-se à disposição dos familiares.
A SES/TO explicou que recebeu no dia 30 de outubro, do Instituto Pasteur/São Paulo, a confirmação de um caso de raiva humana, infectado pela variante AgV 3, transmitida por morcegos, e que, imediatamente, as equipes da Diretoria de Vigilância de Doenças Vetoriais e Zoonoses/Superintendência de Vigilância em Saúde deram suporte ao município do paciente, para as ações de profilaxia da raiva humana, e esclarecimentos junto à população quanto aos riscos de transmissão da doença.
A Saúde ainda informou que a equipe médica responsável pelo paciente foi assessorada por especialista referência internacional para a doença, o qual acompanhava a evolução do quadro clínico do paciente e fazia as devidas orientações. A pasta reforçou que os cuidados compreenderam todos os protocolos pré-estabelecidos pelo Ministério da Saúde (MS) que forneceu medicação especial preconizada para combater a doença.
Casos no Tocantins
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, este é o único caso de raiva confirmado no Tocantins neste ano, sendo o anterior confirmado em 2017.
Adapec
Diante da confirmação da doença em Alvorada, a Secretaria de Estado da Saúde e a Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) encaminharam equipes técnicas à cidade para avaliar a situação. Os profissionais voltaram na sexta-feira, 8 e nesta segunda, 11, trabalham na conclusão do relatório final da visita, que será divulgado posteriormente à população.
Letalidade e sintomas
A raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos inespecíficos (pródromos) da raiva, que duram em média de 2 a 10 dias. Nesse período, o paciente apresenta:
- Mal-estar geral;
- Pequeno aumento de temperatura;
- Anorexia;
- Cefaleia;
- Náuseas;
- Dor de garganta;
- Entorpecimento;
- Irritabilidade;
- Inquietude;
- Sensação de angústia.
Podem ocorrer linfoadenopatia, hiperestesia e parestesia no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura, e alterações de comportamento.
A infecção da raiva progride, surgindo manifestações mais graves e complicadas, como:
- Ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes;
- Febre;
- Delírios;
- Espasmos musculares involuntários, generalizados,e/ou convulsões.
Conforme o MS, espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialorreia intensa (“hidrofobia”). Os espasmos musculares evoluem para um quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. Observa-se, ainda, a presença de disfagia, aerofobia, hiperacusia e fotofobia. (Matéria atualizada às 11h46min)