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Foto: Wenderson-Araujo - Trilux/Sistema CNA /Senar

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Em movimento contrário a tendência registrada em anos anteriores para o período, os preços da cebola registraram queda, na maioria dos principais mercados atacadistas, com o declínio de 4,35% na média ponderada no último mês. O dado está no 12º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) divulgado nesta sexta-feira (20) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Novembro é um mês em que normalmente os preços do bulbo começam a subir, mas neste ano a oferta abundante do produto influencia a redução nas cotações registradas desde abril.

“As chuvas registradas no final do ano passado e início de 2024 na região Sul do país, em especial em Santa Catarina, influenciaram a perda de produtividade das lavouras, reduzindo a produção nacional, o que abriu espaço para entrada da cebola importada auxiliando na alta dos preços com pico registrado em abril”, lembra a gerente de Produtos Hortigranjeiros da Conab, Juliana Torres. “Essa valorização do produto pode ter contribuído para uma maior destinação de área para o cultivo da cebola em outros estados. A safra nordestina teve aumento da área plantada que acompanhado da alta produtividade, beneficiada pelo clima, proporcionaram oferta abundante no mercado”, explica Torres.

Depois de dois meses de alta, o preço do tomate em novembro voltou a cair. Na média ponderada, a redução foi de 5,27%, na comparação com a média de outubro. A oferta foi suficiente para atender a demanda, não gerando pressões na cotação.

Em contrapartida, alface, cenoura e batata encareceram. A alta na média de preços da folhosa chegou a 43,91%. As chuvas mais constantes nas áreas produtoras, com a possibilidade de o produtor controlar o montante a ser enviado ao mercado e, também, com as precipitações dificultando a colheita e o transporte, refletiram-se na oferta menor e pressão sobre os preços.

No caso da cenoura, a elevação chegou a 11,58% na média ponderada, motivada pela menor quantidade da raiz registrada nos mercados atacadistas. Mesmo com o incremento, as cotações praticadas nos mercados atacadistas continuam nos mais baixos níveis do ano e inferiores ao mesmo período de 2023. A batata registrou uma elevação menos expressiva, chegando a uma variação positiva de 3,55% na média ponderada. A menor oferta em novembro explica a alta de preço na maioria e nas maiores Centrais de Abastecimentos (Ceasas) analisadas. No entanto, a intensificação da safra das águas neste início de dezembro vem provocando queda de preço na maioria das Ceasas.

Frutas

No caso das frutas, apenas o mamão registrou alta nos preços. Banana, laranja, melancia e maçã ficaram mais baratas no mercado atacadista no último mês. Com o início da entressafra da banana, a comercialização da fruta nas Ceasas caiu. Mas, mesmo com a menor oferta do produto os preços não se elevaram, registrando variação negativa de 1,61% na média ponderada. A concorrência com outras frutas influenciou na demanda.

Para o mercado de laranja, novembro foi caracterizado pelo início da reversão da curva de preços, mesmo que ainda tímida, depois das elevações generalizadas que começaram em julho. Na média ponderada, a queda nas cotações chegou a 3,13%. A maioria das Ceasas também registrou ligeira redução para os preços da maçã, com uma variação de -1,48% na média ponderada. Devido à finalização dos estoques na maioria das classificadoras, a disponibilidade da maçã nacional foi baixa. Mas assim como a banana, a concorrência com outras frutas influenciou na demanda da fruta, refletindo nos preços praticados.

Para a melancia a queda foi um pouco mais expressiva, chegando a 6,83% na média ponderada. Em novembro, verificou-se queda na comercialização da fruta, devido a diversos fatores como o fim da oferta originária de Uruana/GO, e também redução na demanda em alguns centros consumidores, explicado pelo registro de chuvas e menores temperaturas.

Já o mamão teve alta de 24,4% na média ponderada no último mês. Com o registro de queda na colheita de ambas as variedades da fruta, a quantidade de produto nas Ceasas foi menor. Além disso, chuvas na primeira quinzena do mês nas principais regiões produtoras atrasaram a colheita e contribuíram para a menor disponibilização da fruta no atacado e varejo.

Exportações

De janeiro a novembro de 2024, o volume total enviado ao exterior foi de 954,5 mil toneladas, queda de 4,53% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, o faturamento com as exportações chega a U$S 1,21 bilhão (FOB), valor praticamente estável em relação aos onze primeiros meses de 2023.

Destaques

Nesta edição, a seção de Destaques das Ceasas aborda dois temas. O primeiro traz a finalização do ano nas Centrais de Abastecimento, com a alta da procura dos produtos para as festas de Natal e Ano Novo. Já o segundo tema aborda o Encontro Nacional dos Dirigentes de Ceasas realizado pela Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen) no final de novembro em Mato Grosso do Sul.

Os dados estatísticos do Boletim Prohort da Conab são levantados nas Centrais de Abastecimento localizadas em São Paulo/SP, Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro/RJ, Vitória/ES, São José/SC, Goiânia/GO, Recife/PE, Fortaleza/CE e Rio Branco/AC que, em conjunto, comercializam grande parte dos hortigranjeiros consumidos pela população brasileira. As análises completas podem ser acessadas no 12º Boletim Hortigranjeiro 2024, disponível no Portal da Conab. (Conab)

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