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Literatura

Foto: Divulgação

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Grupo de escritores e artistas visuais do Tocantins iniciam em fevereiro o projeto Cronistas do Sol, baseado na circulação de crônicas com ilustrações - desenhos, fotos, colagens -, idealizado por Ronaldo Teixeira, Ciro Gonçalves, Celio Pedreira e Paulo Aires Marinho ainda em 2014.

Segundo Ronaldo Teixeira, o objetivo desse projeto é revelar e firmar os talentos tocantinos na literatura e nas artes visuais. “Mas não só, também dar uma chacoalhada na cena cultural tocantina sempre dormente e esperando o retorno de Dom Sebastião, assim como nosotros, brasilianos, eternamente deitados em berço esplêndido”, cutucou.

Já Ciro Gonçalves ressalta o caráter abrangente e não só literário do projeto. “O exercício de escrita e de leitura de crônicas ajuda a gente a repensar o mundo, o nosso mundo, o mundo do outro, e ter isso com variedade, belas ilustrações e feito pela nossa gente artista tocantinense é melhor ainda”, disse.

Projeto

O projeto Cronistas do Sol reunirá 16 artistas entre escritores, artistas visuais e fotógrafos tocantinenses, que irão lançar uma crônica semanalmente. As crônicas não falarão apenas de um tema, mas, de vários: cultura, comportamento, política, sociedade, tecnologia, entre outros. Cada cronista postará uma crônica a cada dois meses, esta sempre com ilustração (desenho, colagem) ou foto a cargo de um dos artistas visuais ou fotógrafos também integrantes do projeto, proporcionando um rodízio lítero-visual. As plataformas virtuais serão as seguintes: cronistasdosol.blogspot.com – blog; instagram.com/cronistasdosol – Instagram; e facebook.com/cronistasdosol – Facebook.

No elenco do projeto estão: Adriano Alves, Alexandre Acampora, Álvaro Maia, Ciro Gonçalves, Emerson Silva, Geuvar Oliveira, Glauber Matos, Osmar Casagrande, Ronaldo Teixeira, e Stella Maris Rosselet (Palmas); jjLeandro e Lia Testa (Araguaína); José Carlos de Freitas (Gurupi); Celio Pedreira, Paulo Aires e Thiago Teles (Porto Nacional).

Além dos artistas fixos, a proposta é também de convidar periodicamente outros talentos tanto no visual, quanto na literatura, para enriquecer ainda mais o projeto.

Adriano Alves

Adrians é o nome artístico de Adriano Alves da Silva, um artista visual paulistano em Palmas desde 1994, com uma trajetória marcada por sua dedicação à arte e à educação. Doutorando em Ciência, Tecnologia e Inclusão pela UFF, mestre em comunicação tem três formações: Publicidade, Licenciatura em Artes Visuais e Arteterapia. Adrians atua como professor, pesquisador e arteterapeuta. Com ampla experiência em projetos culturais, oficinas e exposições, sua obra destaca questões sociais e ambientais, unindo técnica e sensibilidade. Premiado em editais municipais, estaduais e nacionais, Adrians contribui para transformar espaços urbanos e educacionais por meio da arte, valorizando a inclusão e a sustentabilidade. Confira em www.adrians.com.br

Alexandre Acampora

Poeta da poesia marginal dos anos 70 do Rio de Janeiro. "O adjetivo marginal vem como nomeação de resistência à ditadura. Nós queríamos marginais ao sistema. Fora de seu centro. Nas margens. Em trincheiras", afirma. 

No Tocantins desde 1989, publicou cinco livros entre Poesia Ensaio Contos Crônicas e atuou como jornalista e cronista no Cinco de Outubro, no Primeira Página, no O Jornal, no Estado do Tocantins, no Tribuna do Tocantins e eventualmente no Jornal do Tocantins. Conquistou alguns prêmios: da Funarte, da Prefeitura do Rio, do Estado do Tocantins, da Prefeitura de Palmas. Também fotografa e nesta área ganhou, entre outros prêmios, o do Parque Nacional de Itatiaia.

Álvaro Maia

Quadrinista e ilustrador, é natural de Teresina (PI), mas radicado no Tocantins desde 1996. Já publicou no site Agência Pública, participou do projeto Sesc Arte ao Cubo, ministra oficinas de quadrinhos, ilustra capas de livros, desenhou Kriança Índia; personagem de Rafa Campos, publicou Vicente - Lua cheia juntamente com Pablo Marquinho, participou da coletânea Grandes Sucessos da Brasa Editora, é co-criador da revista Mil Grau e autor da webtira Nosferatu.

Ciro Gonçalves

Ciro Gonçalves é ludovicense de nascimento, teresinense desde criancinha e tocantinense de se rachar o pé. No entanto, acredita que na modernidade não importa de onde você vem, mas onde você está. É jornalista, advogado, publicitário, ilustrador, poeta e quadrinista. 

Celio Pedreira

Raimundo Célio Pedreira é poeta, escritor, músico e médico, é um artista plural, cuidadoso com os assuntos da vida, comprometido com a condição humana. Zeloso operário da literatura, escreve como quem afina silêncio: ocupa poucas palavras (e diz muito) grafando o imprescindível, pois que chegou para ele, como diria Alfredo Bosi, a hora crucial para todo escritor, de dizer apenas o essencial. E é a essência que perdura, desvencilhando-se da usura de todos os calendários. Filho de Porto Nacional, na infância, traquinou às margens do Rio Tocantins. Insubordinou os limites do quintal. Desse universo de lendas e sol e canoas e vento geral, colheu sustança nos olhos agrestes para voar mundos. Autor de vários livros de poesia e crônica. Compõe a Banda Mestre André. É professor universitário.

Emerson Silva

Nascido em 1975 na vibrante São Paulo, Emerson Silva encontrou em Palmas, Tocantins, o cenário ideal para expressar sua paixão pela fotografia. Desde 1995, radicado na capital tocantinense, ele tem dedicado mais de duas décadas a imortalizar a rica cultura e a arte do povo local. Com um olhar atento e sensível, Emerson captura a alma de Tocantins em cada clique. Seus trabalhos, que transitam por diversos temas, desde a natureza exuberante até os rostos da gente tocantinense, revelam um profundo respeito e admiração pela cultura local. Ao longo de sua carreira, Emerson Silva acumulou diversos prêmios e realizou inúmeras exposições, consolidando-se como um dos mais importantes fotógrafos do Tocantins. Suas obras, além de belas, são verdadeiros documentos históricos que retratam a transformação da cidade e do estado. O trabalho de Emerson Silva vai muito além da simples captura de imagens. Através de sua lente, ele nos convida a apreciar a beleza e a diversidade do Tocantins, promovendo a valorização da cultura local e inspirando novas gerações de fotógrafos.

Geuvar Oliveira

Geuvar Silva de Oliveira, nasceu em Imperatriz (MA), Brasil, graduado em Arte cênica, pela UFT e Letras pela ULBRA. Fã de quadrinhos desde a infância, começou a desenhar nos anos 80. Lia muitas HQs de vários tipos, principalmente as HQs italianas do Tex Willer, ambientada no “Velho Oeste” estadunidense, faroeste. Depois de aprender a desenhar passou a fazer história em quadrinhos, como meio de desenvolver a arte. Produziu mais de 30 HQs de um personagem chamado Matt Bill, um caubói nos moldes de Tex, usando lápis, papel ofício e caneta bic preta. Produziu várias HQs comerciais, por encomenda. Com o passar do tempo começa a produzir quadrinhos profissionais, mas de forma independente. Sua primeira obra no estado tocantinense foi uma HQ do Gira, um duende com aparência de girassol. Depois veio a Liga do Cerrado, super-heróis cômicos, Mugambi, terror e ficção científica. Viagem ao Centro da gramática, história de aventura, o primeiro volume de No Limiar dos Deuses. Produziu várias exposições sobre quadrinhos. Seu último trabalho foi a HQ No Limiar dos Deuses, uma obra épica, com tema sobre a questão negra no Brasil. A história se passa no sex. XVII. Pela ordem: Gira Liga do Cerrado 1, 2, 3, 4; Mugambi 1, 2, 3; Viagem ao centro da gramática; e No limiar dos deuses vols. I de 5.

Glauber Matos

Filho de fotógrafo, ao 16 anos iniciou sua vida profissional. Está associado na Inspiration Photographers uma associação internacional, na qual possui 16 fotos premiadas na categoria Portrait e 7 ensaios na categoria Best Selection 5 menções honrosas. Também é premiado pela WPE Awards. Ganhou o 2º Lugar no Golden Lens Awards de 2022 na categoria fotógrafo de retratos Brasil e finalizou o ano em 5º lugar no ranking mundial da associação. Em 2024 terminou em 6º lugar no ranking mundial da Associação. Atualmente está em 6º lugar no ranking mundial de todos os tempos da Inspiration Photographers.

jjLeandro

Nascido em Carolina - MA no longínquo 1960. Um homem das águas que não sabia nadar. O estratagema utilizado para não parecer estrangeiro em sua própria cidade, onde as crianças tinham a dupla habilidade de voar e nadar em saltos acrobáticos dos altos barrancos, a pirueta no ar e tchibum! no rio, foi misturar letras no papel em histórias que tinham o rio como cenário e sua gente como protagonista. Bastou-lhe para justificar-se aos olhos de todos que não o tinham nas brincadeiras na água porque estava com a cabeça nas nuvens, diziam. O que jjLeandro fazia? Sonhava com as mãos. Assim sonhando, produziu vários livros e recebeu alguns prêmios literários. Hoje ainda sonha em ser como aqueles meninos do rio; às vezes, consegue em suas histórias.

José Carlos de Freitas

"Dos muitos Zés que há, não na Paraíba, mas no Paraná, eu sou um. José Carlos, José, Zé, essa -coisa de diminuir o nome. Carrego o peso de sessenta anos. Se fui alguém, foi nas salas-de-aula, querendo ser professor como minha mãe. Nasci na roça e carrego memórias de milharais, cafezais, arrozais e feijões de todos os nomes. Estudei para ser insultado por palavras com as quais luto em vão. Elas são maiores e mais profusas que eu. Gosto das palavras dos outros, do feitiço delas. E as arremedo no medo dos abismos que elas encenam. No Tocantins, as árvores, sobretudo as retorcidas, me amparam. Escrevo o que os olhos catam. Nem sempre com as devidas peneiras, porque, excetuando-me, acho tudo digno das palavras que encantam. Sei que poesia é poesia. E apanho dela". 

Lia Testa

Lia Testa (Eliane Cristina Testa) é professora, poeta e colagista. Possui pós-doutorado em etnopoesia (PPGL/UFT – 2020). Doutora em Comunicação e Semiótica (PUC/SP – 2015), Mestre em Letras pela (UEL/PR – 2002). Tem publicado três livros de poesia “guizos da carne: pelos decibéis do corpo” (Poesia Menor/ SP, 2014); “s anguínea até os dentes” (Patuá/SP, 2017) e “eniGmar” (em parceria com o poeta Augusto Niemar, pela Editora Avá, 2022). É professora da Universidade Federal do Tocantins-UFT/UFNT, do Curso de Letras, docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Letras: Ensino de Língua e Literatura – PPGL, da Universidade Federal do Tocantins/Câmpus de Araguaína e do Programa de Mestrado Profissional em Letras (ProfLetras – UFT/Câmpus de Araguaína). Participa de coletâneas poéticas nacionais e internacionais. É também organizadora de livros acadêmicos e de poesia. Tem participado de exposições de arte visuais no Brasil e em Portugal. Atualmente tem pesquisado poesia e sustentabilidade, etnopoesia, poesia indígena, leitura literária, ensino de literatura, letramento poético e literário. Contato: lialeny@uft.edu.br   Instagram: @liatesta_colagista

Osmar Casagrande

"O nome todo é Osmar Casagrande Campos, mas qualquer terço me satisfaz. Nasci no extremo Oeste do Estado de São Paulo, na Presidente Epitácio, mais conhecida como Porto Epitácio, que também o era, à margem esquerda do rio Paraná. Dia da Concepção, 08 de dezembro do distante 1956, às exatas 18:00h. Ali foi meu porto de partida. Ali tirei meu passaporte para o mundo: aprendi a ler; ali me apaixonei pela poesia, naveguei mares e portos nas tantas leituras das letras, das imagens, dos perfis. Premido pelas leituras e pelo dom de sonhar, comecei a escrever em prosa, verso e outras linguagens e expressões. Me fiz escravo das letras, me casei com a prosa, tenho a poesia como amante e flerto (apaixonadamente!) com a expressão. Escrevo poemas, contos, crônicas, artigos, dramaturgias e, também, em braile, sobre peles vivas". 

Paulo Aires

Paulo Aires Marinho é tocantinense. Poeta. Recebeu o II Prêmio SESI Tocantinense de Poesia. Autor dos livros Cantigas de Resistência, O Beijo de Vesúvio e Perto do fogo.

Ronaldo Teixeira

Passando quase a existência inteira para descobrir o que era mais barato nesse brasilzão dúbio (o real e o oficial) - amém! Machado e Suassuna - se o jornalismo ou a poesia, Ronaldo Coelho Teixeira encasquetou de chegar nesse mundo em terras cearenses. Criado no antigo norte goiano, hoje, terra tocantina, menino, cedo se encantou com a força e a magia da palavra. Não deu outra: desencalacrou o poeta que nele já havia, mas precisou cursar jornalismo para que as pessoas o levassem a sério. 57 anos depois e quatro livros engastaiados nos desvãos do mundo, não sabe o que o espera. Só espera que a ironia não o mate antes da metáfora ou do combinado. Combinado o que ou com quem? Nem mesmo ele sabe.

Stella Maris Rosselet

"Exatamente uma semana antes do Natal de 1937, Deus colocou delicadamente uma “estrela do mar” na areia quente da rua Gonçalves Dias, numa cidade do estado de São Paulo, cujo nome lembra um Machado famoso. Sim, Stella Maris, é o nome que ela recebeu, naquele lar modesto e muito amoroso. Cinco são as pontas de uma estrela do mar. Assim: - cinco são as línguas que ela aprendeu em Assis; - cinco as atividades dessa senescente “tocantina”: estudar, viajar, lecionar, escrever, adorar a Deus sobre todas as coisas; - cinco foram as cidades que marcaram a vida dessa moradora de Palmas: Assis, Lisboa, Genève, Winterthur, Divinópolis do Tocantins; - cinco são nossos netos (meus e do querido André). Filhos de nossas duas filhas. Todos lindos, inteligentes e amados. Quanto aos amigos são mais de cinco... são como as areias do mar... Quanto às saudades são profundas como os oceanos...".

Thiago Teles de Souza

Portuense, tocantinense. 22 anos na bagagem, se diz ainda inexperiente na vida, mas buscando a experiência. Diz ser sonhador de olhos abertos que descobriu que desenhos não são apenas meros rabiscos, mais sim histórias para contar.