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Empregos e Serviços

Foto: Freepik

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Ao optar por mudar completamente de profissão, há diversas incertezas associadas a essa decisão, uma das maiores é, sem dúvida, o risco e receio de ganhar menos. A preocupação é legítima: de fato, trocar de área ou, até mesmo, de setor pode, em muitos casos, envolver uma diminuição da sua remuneração por um tempo. Ainda assim, profissionais alertam: a redução não deve ser vista como um regresso, e sim como parte de um alinhamento estratégico a longo prazo. 

Na avaliação de Ana Paula Prado, CEO da Redarbor, detentora do Infojobs e Pandapé, a maior HR Tech da América Latina, essa é uma possibilidade cada vez mais comum. “Essa etapa de reorganização faz parte da mudança de carreira ou de área, e nesse momento, o mais importante é agir com sabedoria e olhar para os novos objetivos a médio e longo prazo”.

Segundo um levantamento da Payscale, cerca de 47% das pessoas que mudam de carreira registram uma queda salarial no primeiro ano após a transição. Porém, após três anos, mais da metade dessas pessoas relataram ganhos iguais ou superiores aos que tinham anteriormente.

No Brasil, um levantamento do Infojobs mostra que 63,1% dizem estar mais satisfeitos com o novo caminho, mesmo que 33,8% deles tenham aceitado um salário menor inicialmente. “A satisfação pessoal e o alinhamento com valores têm pesado igual ou mais na balança, especialmente entre profissionais das gerações mais jovens, como os millennials e a geração Z”, comenta Ana Paula.

“Por outro lado, não devemos deixar de olhar para o mercado de maneira mais ampla, avaliando e comparando as remunerações das empresas para a nova posição. No Infojobs mesmo, disponibilizamos uma ferramenta de comparação de salários, para que profissionais de todas as áreas possam se preparar melhor antes de se candidatarem às vagas”, completou a CEO.

Por que o salário diminui durante a transição de carreira?

De acordo com Ana Paula, diversos fatores ajudam a explicar essa possível perda temporária da renda. Uma delas é a falta de experiência prática do novo setor ou função. Mesmo com um conjunto de habilidades transferíveis, é comum que o profissional aceite “cargos de entrada ou posições intermediárias”, até que consiga evoluir seu conhecimento prático na nova área.

Para a executiva, outra causa é a necessidade de certificações ou conhecimentos específicos que demandam mais tempo e investimento. “Em tecnologia, por exemplo, tem muitos profissionais que migram de outras áreas e, mesmo sendo talentosos, acabam aceitando salários mais baixos inicialmente, com o objetivo de adquirir experiência prática”, exemplifica.

Algumas empresas tendem a ser mais conservadoras ao contratarem um profissional em transição, especialmente para cargos de liderança. “A confiança é construída com resultados. Por isso, quem muda de carreira precisa estar disposto a recomeçar certos ciclos”, explica.

Apesar de todos os riscos de queda salarial, as vantagens da mudança são maiores: mais propósito e realização pessoal, mais equilíbrio emocional e mais possibilidades. “Quem está em busca de transição, de forma geral, busca mais conexão com o trabalho. Profissionais conectados de forma positiva com suas carreiras tendem a entregar melhores resultados e evoluir constantemente”, afirma Ana Paula.

Além disso, o desenvolvimento de habilidades híbridas – ou seja, habilidades técnicas e interpessoais combinadas, aumentam as possibilidades de promoções mais rápidas.

Conforme o Fórum Econômico Mundial, a adaptabilidade e o pensamento analítico fazem parte de competências que estão entre as mais exigidas em 2025.

Como amenizar os impactos financeiros?

Segundo a CEO da Redarbor Brasil, detentora do Infojobs e Pandapé, há três atitudes indispensáveis para transitar com mais segurança, são elas:

  • Construir uma reserva de emergência que atinja de 6 a 12 meses de despesas;
  • Mapear habilidades transferíveis para nova área e se qualificar tecnicamente para reduzir o “gap” à nova função;
  • Buscar mentorias e redes de apoio e comunidades profissionais, que auxiliem na adaptação e reposicionamento no novo mercado.

“A troca de carreira pode até significar uma queda salarial temporária. Entretanto, a palavra chave é essa: tempo. Com planejamento, propósito e foco em desenvolvimento contínuo, a transição é viável não somente pela parte financeira, mas pelo fato de ser a mais estratégica em direção ao seu bem-estar e objetivos profissionais. Claro que salário importa, mas uma carreira alinhada com seus valores pode ter um retorno financeiro que passa longe do seu contracheque – serão oportunidades melhores e mais lucrativas”, finaliza Ana Paula Prado, CEO Infojobs.