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Ciência

Fragmentos de crustáceos, de onde é extraída a quitosana.

Fragmentos de crustáceos, de onde é extraída a quitosana. Foto: Divulgação IFTO

Foto: Divulgação IFTO Fragmentos de crustáceos, de onde é extraída a quitosana. Fragmentos de crustáceos, de onde é extraída a quitosana.

O Instituto Federal do Tocantins (IFTO) recebeu a carta patente internacional japonesa referente à invenção da quebra da quitosana em açúcar. Segundo o pesquisador e professor, Eber Euripedes de Souza, a certificação é sobre uma nova rota (processo) para quebrar a quitosana em pedaços menores. "A quitosana é um biopolímero abundante no planeta, sendo encontrado no exoesqueleto de crustáceos (casca de camarão), insetos e também nos fungos. Como a quitosana é uma molécula grande, nesta inovação, nós desenvolvemos um novo processo eficiente para quebrar a quitosana em um açúcar raro que tem diversas aplicações, especialmente na indústria farmacêutica", explica. 

A Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do Instituto Federal do Tocantins (Propi/IFTO), por meio da Diretoria de Inovação e Empreendedorismo (Diem), desempenhou papéis fundamentais ao longo do processo: assessoria jurídica e técnica; depósito internacional e valoração da tecnologia. Toda essa ação foi realizada em parceria com o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Universidade Federal do Tocantins (UFT), uma vez que o IFTO e a UFT são, em conjunto, os titulares desta patente.

Segundo a pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do IFTO, Paula Karini Amorim, esta conquista é um marco histórico para o IFTO em matéria de inovação. "Trata-se de uma patente internacional, fruto do reconhecimento da competência inventiva de nosso pesquisador, professor Eber Souza em trabalho conjunto com colegas da UFT. Além da importância da concessão certificada pelo Escritório Japonês de Patentes (JPO), temos nessa conquista a abertura de uma janela ampla de oportunidades que trará benefícios para as instituições envolvidas e seus inventores, seja pela transferência de tecnologia ou pelo recebimento de royalties decorrentes da exploração econômica do invento", disse. 

O êxito dessa patente internacional do IFTO demonstra como a pesquisa aplicada é essencial para o desenvolvimento regional, pois conecta conhecimento científico às necessidades reais da sociedade e do mercado. Quando transformamos recursos abundantes, como a quitosana, em produtos de alto valor agregado, geramos impactos econômicos, sociais e ambientais, além de abrir oportunidades para transferência de tecnologia, geração de negócios, empregos e fortalecimento da economia local. Esse marco reforça o papel do IFTO como agente de inovação e desenvolvimento sustentável no Tocantins e no Brasil.

A importância de patentear projetos pode ser destacada por motivos como: proteção legal contra cópias, reconhecimento de autoria, valorização da pesquisa, possibilidade de comercialização, incentivo à inovação, além do impacto social e tecnológico. Vale lembrar que para receber a patente, a invenção precisa ser nova (não pode ter sido divulgada antes), inventiva (não pode ser óbvia para especialistas da área) e aplicável industrialmente (pode ser reproduzida ou usada na prática).

Para o diretor de Inovação e Empreendedorismo do IFTO, Stefan Oliveira, “mais do que um feito institucional, essa conquista inspira a todos, pois cada pessoa pode ser inventora, basta observar os desafios do dia a dia, explorar suas potencialidades e buscar soluções. A inovação não nasce apenas em laboratórios, mas também nas ideias de quem deseja transformar a realidade. O IFTO, por meio da Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação (Propi) e da Diretoria de Inovação e Empreendedorismo (Diem), segue comprometido em apoiar quem deseja transformar conhecimento em desenvolvimento, mostrando que o futuro da inovação pode começar aqui e agora".

O que é a quitosana?

A quitosana é uma fibra natural derivada da quitina, uma substância encontrada principalmente no exoesqueleto de crustáceos como camarões, caranguejos e lagostas. É um tipo de carboidrato complexo que, após um processo de remoção de grupos acetila,  transforma-se no produto final.

Demais certificações internacionais

Por fim, cabe lembrar que a invenção já recebeu outras cartas patentes internacionais, sendo elas da China e dos Estados Unidos. Esses processos de certificações fora do Brasil também contaram com o auxílio da Diem/IFTO e do NIT/UFT.