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Literatura

Foto: Divulgação FGV

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‘Interpretações do Brasil: uma nova história do pensamento político brasileiro’, publicado pela Editora FGV e organizado por Christian Lynch e Diogo Cunha, oferece uma nova abordagem da história do pensamento político brasileiro.

Destinada especialmente a estudantes de graduação em ciência política, ciências sociais e história, que estão sendo apresentados aos grandes pensadores do país, a obra pretende expor uma visão o mais completa e abrangente possível do pensamento político brasileiro, ressaltando o horizonte do Brasil como comunidade imaginada.

Os autores elencados como objetos de estudo compõem uma lista ilustrativa, embora não exaustiva, de figuras que pertencem a essa categoria. Esses autores não apenas analisaram a realidade brasileira, mas também moldaram a maneira como o país se compreende. Suas interpretações do Brasil transcenderam os limites da academia, influenciando debates políticos, movimentos sociais e a própria identidade nacional.

A primeira fase, intitulada “A construção do Estado nacional”, abrange a primeira metade do século XIX e inclui estudos sobre figuras como José Bonifácio, marquês de Caravelas, frei Caneca, Evaristo da Veiga e visconde do Uruguai. A segunda fase, “A emergência da sociedade nacional”, situa-se entre o final do século XIX e o início do século XX, com análises dedicadas a Tavares Bastos, José de Alencar, Joaquim Nabuco, Alberto Sales e Rui Barbosa. A terceira fase, “A reestruturação do Estado nacional: nacionalismo e autoritarismo”, aborda a primeira metade do século XX, período marcado pelo florescimento do pensamento autoritário, com estudos sobre Alberto Torres, Oliveira Viana, Gilberto Freyre, Azevedo Amaral e Otávio de Faria. Na quarta fase, “A transição para a sociedade de massas (1): o experimento democrático”, adentra um momento de mudanças significativas após o ciclo autoritário encerrado em 1945, com análises de figuras como Sérgio Buarque de Holanda, Afonso Arinos de Melo Franco, Guerreiro Ramos, Nelson Werneck Sodré e Celso Furtado. Por fim, a seção “A transição para a sociedade de massas (2): o regime militar” examina autores cujas obras, ao menos em parte, foram produzidas durante o regime militar e estão, portanto, intrinsecamente ligadas ao autoritarismo da segunda metade do século XX. Essa seção inclui estudos sobre João Camilo de Oliveira Torres, Miguel Reale, Raymundo Faoro, Florestan Fernandes e Wanderley Guilherme dos Santos.

Ao contemplar desde os primórdios da construção do Estado nacional até os desafios enfrentados durante o regime militar e os contemporâneos processos de democratização, os organizadores buscaram não apenas desvelar as complexidades intrínsecas desse pensamento, mas também explorar as sutilezas e implicações das diversas abordagens sobre uma ampla gama de temas. Estes abrangem desde a formação e o papel do Estado, a questão da identidade nacional, as dinâmicas das relações sociais em uma nação periférica, passando por questões como liberdade, igualdade e democracia, até a legitimidade, participação e funcionamento das instituições democráticas.

Esta obra pretende, além de proporcionar uma visão abrangente do desenvolvimento do pensamento político no Brasil, oferecer ferramentas analíticas para a compreensão dos desafios democráticos que a sociedade brasileira enfrenta na contemporaneidade.

A publicação da Editora FGV contou com o apoio da Faperj, da Universidade Federal de Pernambuco, da Oncorp, do Ipespe e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política/UFPE.

Para marcar o lançamento do livro, haverá um bate-papo na Livraria da Travessa de Ipanema (RJ), no dia 4/8, às 19h, com os organizadores Christian Lynch e Diogo Cunha. (FGV)