Considerando o papel estratégico do setor de comércio eletrônico para aproximar mercados e valorizar produtos associados à bioeconomia e ao desenvolvimento regional, a delegação do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), se reuniu, na terça-feira (12), com representantes do grupo de e-commerce chinês JD.com, uma das maiores plataformas de comércio eletrônico do país. O encontro teve como objetivo debater oportunidades de parceria com plataformas chinesas para ampliar o comércio de produtos provenientes de cooperativas agrícolas tradicionais brasileiras, com destaque para a Amazônia.
Tendo em vista a realização da COP 30 neste ano, no Pará, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, orientou, na ocasião, uma aproximação estratégica entre a JD e as Agências Brasileiras de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX) e de Desenvolvimento Industrial (ABDI), juntamente com a Embaixada do Brasil na China.
“Estamos especialmente interessados em discutir a viabilidade da criação de um Pavilhão ‘Floresta Amazônica e Mata Atlântica’ dentro da plataforma JD. Essa iniciativa poderia funcionar como uma vitrine para produtos brasileiros vinculados a cadeias sustentáveis, permitindo que o consumidor chinês tenha acesso direto a itens que geram renda local e ajudam na conservação dos nossos biomas”, afirmou Góes.
A JD se posiciona como um parceiro comercial estratégico para o Brasil devido a sua extensa rede logística, que abre espaço para a promoção de agroindústrias voltadas à exportação de produtos de alto valor agregado. Entre eles: cacau, café, castanha, açaí, artesanato, biofármacos, biocosméticos e frutas processadas típicas da floresta Amazônica, como cupuaçu, pupunha e buriti. Essas cadeias produtivas fortalecem a agricultura familiar, geram empregos e promovem inclusão econômica com responsabilidade ambiental.
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O secretário Nacional de Desenvolvimento Regional, Daniel Furtado, ressaltou que o diálogo com o setor privado chinês ganha ainda mais importância com a operação da nova rota marítima entre o Porto de Gaolan, na cidade de Zhuhai, e o porto de Santana, no Amapá. “Quando citam a construção de armazéns fora da China, vejo o Brasil com um grande potencial, não apenas territorial, mas também para o fortalecimento da nova rota Brasil-China entre Zuhai e Santana. Em razão disso, nos interessa saber como empresas de diferentes portes se engajam e entram nessa plataforma de compra”, pontuou.
O presidente do Banco da Amazônia, Luiz Lessa, aproveitou a ocasião para convidar a JD a visitar o Brasil, propondo a organização de uma feira ou exposição dedicada a produtos da bioeconomia. A ideia é que, com a participação da APEX Brasil e do próprio banco, os representantes da plataforma possam conhecer de perto a variedade e a qualidade dos itens oferecidos, permitindo avaliar a viabilidade de testes de marketing na China. “A partir do conhecimento direto dos produtos disponíveis, podemos identificar quais têm maior potencial de aceitação no mercado chinês e qual é a capacidade de entrega dos produtores”, destacou Lessa.
O encontro com a JD também abriu espaço para discutir frentes complementares de cooperação, como o desenvolvimento de novas tecnologias industriais adaptadas ao contexto amazônico e investimentos em fontes renováveis de energia. Essas iniciativas contribuem para consolidar uma economia regional mais sustentável, inovadora e conectada ao mercado internacional, ao mesmo tempo em que reforçam a parceria Brasil–China na troca de tecnologias e no aumento do intercâmbio comercial. (SecomPR)