Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Cultura

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

É impossível ouvir um choro e não se sentir parte da alma brasileira. Com suas melodias cheias de balanço e improviso, o gênero que nasceu no Rio de Janeiro do século XIX continua pulsando como um dos maiores símbolos da identidade cultural do País. Essa força histórica e afetiva chegou às escolas de Palmas na última semana, quando o Grupo Reminiscências, deu início ao projeto “Recitais Didáticos de Choro nas Escolas”.

Nos dias 2 e 4 de setembro, alunos da Escola de Tempo Integral Padre Josimo e da Escola Municipal Anne Frank foram os primeiros a viver essa experiência musical, que une concerto, aula e viagem no tempo. Promovida pela Associação Viva Música, com patrocínio da Lei Rouanet via empresa Autovia Fiat e apoio da Secretaria Municipal de Educação, a iniciativa pretende aproximar mais de 1.200 estudantes e professores do universo do choro até o fim da temporada.

O projeto não se limita a tocar canções. Cada apresentação é também um mergulho guiado na história desse gênero que encantou nomes como Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga e Jacob do Bandolim. Entre uma música e outra, o público descobre como o choro surgiu, quais instrumentos dão vida ao seu som característico e por que ele é reconhecido como patrimônio cultural brasileiro.

Missão

Para o maestro e diretor musical Bruno Barreto, a missão vai além do palco. “O choro é uma das maiores expressões da nossa identidade musical, mas muitas crianças e adolescentes ainda não tiveram contato com ele. Nossa missão é unir educação e arte, criando uma experiência que marque a vida dos estudantes e mostre a riqueza do patrimônio cultural brasileiro".

Na ETI Padre Josimo, a estreia do projeto foi marcada por curiosidade e encantamento. Já no dia 4, na Escola Municipal Anne Frank, a emoção tomou conta de alunos e professores. A diretora Luciana Malagó resume o impacto. “Foi uma tarde inesquecível para nossos alunos. O recital trouxe conhecimento, cultura e emoção. Para além da música, vimos nossos estudantes refletindo sobre identidade e pertencimento, entendendo que o choro faz parte da história do Brasil". 

Vozes que ecoam da plateia

Se os professores comemoram a oportunidade, os alunos não escondem a surpresa. Para a estudante Maria Clara Chaves, estudante do colégio Anne Frank, a descoberta foi transformadora. “Eu achei muito bonito, dá vontade de aprender a tocar também, parece que a gente viaja no tempo".

O colega João Pedro Leite destacou a força da música ao vivo. “É diferente de ouvir no celular. Aqui a gente sente o som de perto, vê os instrumentos, entende como cada um entra na música. Foi demais".

Acessibilidade e democratização da cultura

Outro destaque dos recitais é o cuidado com a inclusão. Todas as apresentações contam com intérprete de Libras, audiodescrição e monitores especializados, garantindo que a experiência seja acessível a todos.

Os recitais seguem em setembro com apresentações sempre às 15 horas. Nesta terça-feira, 09, serão beneficiados com o projeto os alunos da Escola de Tempo Integral Eurídice Ferreira de Mello. Já na próxima quinta-feira, 11, acontece a última apresentação do projeto com recital da Escola de Tempo Integral Professora Margarida Lemos. O patrocinador também reforça a relevância da ação. Segundo o proprietário da Autovia Fiat, Luiz Alvino Duarte de Lima e Silva. “Apoiamos projetos que promovem cultura, educação e inclusão social. O choro carrega a alma do Brasil, e é motivo de orgulho contribuir para que novas gerações possam conhecer e valorizar esse patrimônio".