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Depois de passar a maior parte da vida em aldeias onde não se fala português, alguns sentem-se como estrangeiros na universidade.

O tropeço na língua oficial brasileira é apenas um dos vários desafios enfrentados pelas instituições públicas de ensino superior do País que, em meio ao debate nacional sobre cotas para negros, estão cada vez mais abertas a receber índios. Segundo levantamento do Ministério da Educação, 20 escolas estaduais e federais da rede de ensino superior dispõem de cotas para esse grupo populacional. O número de índios universitários aproxima-se de 5 mil: quase 1% no conjunto de 580 mil estudantes. A maior parte faz cursos de licenciatura, para retornarem como professores às comunidades. Mas, segundo informações das universidades, os índios têm cobrado mais vagas nas áreas de saúde, proteção ambiental e direito, nessa ordem.

Na Universidade do Tocantins, depois de constatar que 69% dos estudantes matriculados já são afrodescendentes, a instituição optou por um sistema de cotas só para pessoas provenientes das seis etnias indígenas presentes no Estado. Elas têm direito a 5% das vagas do vestibular.

Para superar os problemas que os já matriculados enfrentam com o português, a escola estuda a possibilidade de oferecer-lhes cursos especiais dessa língua. "A presença deles na universidade faz parte de uma política de reparações e devemos fazer todos os esforços para ajudá-los", diz a pró-reitora de assuntos comunitários da escola, Ana Lúcia Pereira.

Da redação com infomações da Agência Estado