Em plena entressafra, o preço do álcool combustível vendido ao distribuidor apresenta o menor preço para o mês de janeiro desde 2004. De acordo com o Cepea (Centro de Estudos e Pesquisas em Economia Aplicada), até 11 de janeiro, o litro vendido aos distribuidores, sem a incidência de impostos, custava R$ 0,71187, contra R$ 0,52502 praticado quatro anos antes.
O motorista, contudo, não é beneficiado da mesma forma. Dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo) mostram que o litro saía, na média dos dez primeiros dias de janeiro, por R$ 1,586 nos postos brasileiros. A cobrança é menor do que a registrada no mesmo mês do ano passado - R$ 1,717, contudo, superior à de 2005 (R$ 1,424) e de 2004 (R$ 1,205).
Colheita
Normalmente, entre novembro e meados de abril/maio, o Centro-Sul do País - maior produtor de cana-de-açúcar - passa pela entressafra. Sem colheita, a moagem da matéria-prima do álcool e do açúcar diminui, fazendo com que os preços subam, motivados pela alta demanda e baixa oferta.
O comportamento, portanto, é atípico. Segundo explicação divulgada recentemente pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), a safra 2007/2008 confirmou o recorde de processamento de 425 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 52,30 milhões de toneladas superior à safra passada, sinalizando aumento de 14%.
O plantio do período teve caráter alcooleiro, com uma produção de etanol estimada de 19,7 bilhões de litros - um incremento de 3,7 bilhões de litros em relação à safra anterior. O mix de produção estimado ficou em 55,3% para álcool e 44,7% para açúcar. O resultado foi mais derivado de cana disponível no mercado interno, o que baixou os preços.
Repasse
Tomando como base a cobrança praticada aos distribuidores em dezembro de 2007 (R$ 0,73701), houve barateamento de 3,4%. Na bomba, pela mesma base comparativa, houve encarecimento de 1,21%.
Especialistas do setor afirmam que o repasse de altas e baixas nos preços chega ao consumidor no intervalo médio de duas semanas.
Fonte: InfoMoney