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Meio Ambiente

Foto: Divulgação

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A Operação Arco de Fogo, que combate a exploração ilegal de madeira na Amazônia, será deflagrada a partir de hoje, segunda-feira, 10, no Mato Grosso, com bases nos municípios de Sinop e Alta Floresta. Iniciada em Tailândia (PA) em 26 de fevereiro, a operação também já foi estendida a Machadinho D`Oeste (RO).

“Recebemos a visita do pessoal da Polícia Federal e da Força Nacional [de Segurança] para acertar os detalhes finais. O deslocamento dos agentes já deve ocorrer neste fim de semana e na segunda-feira já queremos estar atuando nos locais”, informou hoje (7) à Agência Brasil o chefe de fiscalização da gerência executiva do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Sinop, Evandro Selva.

O estado do Mato Grosso concentra 50% dos 36 municípios que mais desmatam a Amazônia, conforme divulgado em janeiro pelo Ministério do Meio Ambiente. Alta Floresta ocupa a 23ª posição na lista. A intenção é que 20 agentes se concentrem no município e outros 20 em Sinop.

A equipe será bastante inferior aos 300 agentes enviados a Tailândia, mas segundo o chefe de fiscalização da gerência executiva do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Sinop, Evandro Selva, a situação na região atualmente é mais tranqüila, sem perspectiva de reações agressivas contra o trabalho dos fiscais.

O foco inicial da atuação dos agentes no Mato Grosso abrange a verificação de pátios e estoques das madeireiras e serrarias da região. O Ibama contabiliza 400 unidades legalizadas, mas também relata uma presença forte da clandestinidade.

“Existem carvoarias e serrarias ilegais que não têm nenhum tipo de documento. Recebem madeira principalmente de projetos de assentamento e esquentam [conseguem comercializar] com notas de outras empresas. Elas acabam gerando um consumo de matéria-prima que faz o crime ambiental compensar”, explicou Selva.

As espécies mais visadas para exploração ilegal no Mato Grosso são a itaúba, cambará, cedrinho e cumaru. A maior parte informa o Ibama, vem de áreas próximas ao Parque Indígena do Xingu e também de propriedades particulares onde os donos resolvem explorar sem autorização. A prática ocorre há pelo menos três décadas e é agravada pela indefinição de questões fundiárias.

“As terras que não foram legalizadas com títulos de posse têm sido base para a ocorrência de crimes ambientais. É a famosa terra de ninguém, onde todo mundo se aproveita, explora de maneira irregular, empobrece o solo e a floresta”, disse Selva.

O fiscal do Ibama em Sinop prevê que, até julho, 90% das madeireiras e serrarias da região tenham sido visitadas por agentes que integram a Operação Arco de Fogo.

Evandro Selva lembrou, entretanto, que o reforço de fiscalização não é suficiente para solucionar de forma definitiva problemas relacionados ao desmatamento ilegal na Amazônia. “O governo tem que entrar com contrapartidas de incentivo ao manejo florestal e valorizar a floresta em pé.”

Nos dez primeiros dias em Tailândia (PA), a Operação Arco de Fogo contabilizou mais de R$ 3 milhões em multas. Seis madeireiras foram autuadas e cinco delas tiveram máquinas lacradas e apreendidas, de acordo com a assessoria de imprensa do Ibama, em Brasília.

Da redação com informações Agência Brasil