A Terra nunca esteve tão bem na foto. Um novo retrato feito a partir de imagens obtidas por satélites revela detalhes da superfície do planeta com resolução inédita.
O novo mapa estará pronto em julho, mas imagens preliminares foram apresentadas pela Agência Espacial Européia (ESA) e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) durante workshop do projeto GlobCover realizado na semana passada na Itália.
São diversas imagens, que mostram a Terra, continentes e países com resolução dez vezes superior à de qualquer outra feita anteriormente. O objetivo é que sejam usadas por cientistas para avaliar tendências em uso da terra pela agricultura, para estudar ecossistemas e para criar modelos que representem a extensão e o impacto das mudanças climáticas.
“O sistema GlobCover representa um grande passo à frente no desenvolvimento de produtos da cobertura da superfície do planeta com resolução muito maior e com conteúdo temático detalhado superior ao que era possível até então”, disse Frédéric Achard, do Centro de Pesquisa Colaborativa da Comissão Européia.
“Isso é muito mais do que um mapa. Trata-se de uma demonstração operacional científica e técnica do primeiro mapeamento automatizado em escala global, que poderá fornecer descrições detalhadas dos estados do uso da superfície necessárias para a modelagem climática regional”, destacou Pierre Defourny, da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, responsável pelo processo de classificação terrestre no projeto.
O GlobCover será o primeiro mapa global gratuito com resolução de 300 metros. Na sua construção foram usados 20 terabytes (trilhão de bytes) de fotos, o equivalente a cerca de 20 milhões de livros. As fotos foram feitas de maio de 2005 a abril de 2006 com a ajuda de um espectrômetro a bordo do satélite de observação terrestre Envisat, lançado em 2002.
As imagens foram tratadas por pesquisadores de diversas instituições e empresas européias, resultando em 22 tipos diferentes de cobertura da superfície, como florestas, neve, gelo, corpos d’água, superfícies artificiais e áreas de uso agrícola.
Mais informações: http://dup.esrin.esa.int/projects/summaryp68.asp
Da redação com informações da Agência FAPESP