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Opinião

Foto: Alex Ponciano

Foto: Alex Ponciano

Água limpa quase tudo. Quem sabe até a cara-de-pau de políticos com a ficha suja que podem se candidatar nas eleições deste ano. Basta lavar bem, enxaguar, depois enxugar e pronto: “está limpa”!

Esse, certamente, deve ter sido o pensamento da maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao garantir o direito de políticos brasileiros com a ficha suja de disputarem as eleições no País, independente das acusações que pesem contra eles ou das condenações em primeira ou segunda instância por crimes por eles cometidos.

Conclusão: esses políticos só podem ser barrados pela Justiça Eleitoral quando condenados em última instância ou se uma lei complementar for votada pelo Congresso Nacional para estabelecer as condições para que o registro de candidato seja negado

E sabe quando uma lei como essa, que vai de encontro ao corporativismo velado dos nossos congressistas será aprovada por eles mesmos: nunca!

Lembro-me que em meados de 2006, o então presidente do TSE, Carlos Velloso, encaminhou ao Congresso Nacional uma proposta para regular definitivamente o assunto e permitir candidatos com problemas na Justiça fossem barrados. Curiosamente, o tal do projeto parece que virou tabu no Congresso e está parado até hoje.

Já que a justiça eleitoral entendeu ser esse um direito dos políticos com ficha suja, caberá aos eleitores conscientes não deixar que essa sujeira seja levada para debaixo do nosso tapete. Por isso conclamo a todas as pessoas de bom senso que na hora de votar em um candidato a prefeito ou vereador, empunhe bravamente o seu título de eleitor e vote contra essa sujeira.

 

Zacarias Martins

Escritor e Jornalista

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