Começou na Amazônia a temporada das queimadas, que todos os anos ocorrem de julho a setembro. Assim como os desmatamentos, as queimadas são responsáveis pelo aniquilamento de parte expressiva da rica biodiversidade da maior floresta tropical do planeta.
Segundo imagens de satélites monitoradas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) entre domingo e segunda-feira, dias 20 e 21 de julho, foram detectados 611 focos de queimadas nos nove estados da Amazônia Legal. Assim como ocorre no ranking do desmatamento, Mato Grosso e Pará se revezam na liderança da destruição da grande floresta, sendo seguido de perto, de forma crescente, pelo Estado de Rondônia, de onde já partem os devastadores em direção ao sul do Amazonas, o maior estado florestal do mundo e ainda mais preservado da região.
Nos dois dias, o Pará apresentou 172 focos de incêndio, com destaque para os municípios de Altamira, com 82 focos; São Feliz do Xingu, com 27; Dom Eliseu, 11; Ulianópolis, 11; e Marabá, com 10 focos. Colado com o Pará na geração da fumaça, que costuma adoecer muita gente nesta época na Amazônia, vem Mato Grosso, com o total de 170 focos, sendo 25 focos em Barra do Bugres, 13 em Bom Jesus do Araguaia, 11 em Nova Bandeirantes, 11 em Novo Mundo e 11 focos em Campos de Júlio.
Na terceira colocação da fumaça vem o Maranhão, que registrou entre domingo e segunda-feira 101 focos de queimadas, sendo 14 em Itinga do Maranhão, 12 em Balsas, 11 em Alto Parnaíba, oito em Carolina e oito focos em Sítio Novo. O Tocantins foi o quarto em número de queimadas, com 76 focos, sendo 13 em Rio do Sono, seis em Novo Acordo, seis em São Félix do Tocantins, seis em Centenário e cinco em Lizarda.
Rondônia aparece em quinto lugar, com 45 focos de queimadas, sendo assim distribuídos: Cerejeiras, nove focos; Campo Novo de Rondônia, nove; Porto Velho, nove; Seringueiras, sete; e Monte Negro, cinco focos. O Amazonas apresentou no mesmo período 33 focos de queimadas, sendo 22 em Apuí, quatro em Lábrea, dois em Novo Airão, dois em Boca do Acre e um foco em Itamarati. No Acre, o número de queimadas foi de 14 focos, sendo cinco em Senador Guiomard, três em Capixaba, três no Bujari, dois em Rio Branco e um em Sena Madureira. Os estados de Roraima e Amapá não registraram focos de queimadas.
Mato Grosso campeão do ranking de queimadas
Nos últimos anos, o histórico das queimadas na Amazônia aponta o Mato Grosso como o líder do ranking brasileiro, segundo os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Imagens de satélite detectaram 25.145 mil focos de calor nos últimos dois anos e meio. O Pará aparece em segundo lugar no ranking, com 21.417 mil focos, seguido do Maranhão, que registra 14.014 mil focos.
Os dados preocupam as autoridades diante do futuro agravamento do período de estiagem previsto para o período entre julho e setembro, considerados pelos especialistas como os mais críticos do ano por especialistas. O Inpe revela que os próximos meses são climatologicamente mais críticos no Brasil, destacando-se as queimadas no setor central do Brasil, especialmente em Mato Grosso.
No ano passado, a maior parte dos focos foi registrada durante o período de proibição de queimadas em Mato Grosso. No ano passado, de 15 de julho a 15 de setembro, foram verificados 8.751 focos, de um total de 17.349 detectados ao longo do ano. O caso mais grave aconteceu no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, no início do mês de setembro. Bombeiros tiveram que trabalhar 12 dias para apagar as chamas que devastaram mais de 6 mil hectares do Parque, que recebe cerca de 120 mil turistas por ano.
Segundo os dados do Inpe, o crescimento no número de focos de calor no período de proibição é causado pelo longo período sem chuvas, aumento das temperaturas e diminuição da umidade relativa do ar. Especialistas do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) acreditam que este ano Mato Grosso terá dias mais secos com menos chuvas e estão previstas temperaturas abaixo das médias com a chegada de mais frentes frias.
Fonte: Agência de Notícias da Amazônia