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Polí­tica

Com passagens pelo PFL (atual DEM) e pelo PSDB no início da década de 1990, Raul de Jesus Lustosa Filho, 49, prepara-se para um segundo mandato à frente da prefeitura de Palmas pelo PT. À Folha, ele se diz uma alternativa política ao "siqueirismo", uma referência a José Wilson Siqueira Campos (PSDB), três vezes governador do Estado, e seu filho Eduardo Siqueira Campos (PSDB), ex-senador. Em um Estado onde o PT começa a mostrar força, Raul não nega uma candidatura ao governo em 2010, mas também não a confirma.

FOLHA - Nas eleições de 2004, o senhor venceu com 64% dos votos válidos. Agora, a vitória foi mais apertada. A que o senhor credita essa dificuldade maior para ser eleito agora?

RAUL FILHO - Em 2004 nossa candidatura significava o rompimento com a política do pensamento único. O "siqueirismo" era até então a maior força política que predominava. Enfrentamos também a máquina estadual, que apoiava outra candidatura. Então, nesta campanha, havia a diferença da existência de três forças políticas consistentes disputando a cena e, ao mesmo tempo, a nossa demora em divulgar para a população as nossas obras. Felizmente, conseguimos fazer um belo programa de tevê e rádio, mostrando à população as nossas ações.

FOLHA - O que sua vitória representa para o PT em Tocantins, tradicionalmente dominado por partidos como PSDB e DEM?

RAUL - A minha vitória representa a consolidação de uma terceira força política que busca um novo modelo de gestão onde o processo democrático seja valorizado de verdade e a promoção da cidadania seja verdade efetiva.

FOLHA -O senhor acredita que sua vitória lhe capacita para uma eventual disputa pelo governo em 2010?

RAUL - Seria leviano de minha parte começar a falar agora de 2010. Estou muito feliz com o trabalho realizado em Palmas. No entanto, a cidade viveu 15 anos sem um projeto de desenvolvimento e ainda há muito por fazer. Continuo trabalhando para ser um prefeito cada vez melhor para Palmas e é isso que interessa no momento.

FOLHA - O PT apoiou a candidatura de Marcelo Miranda em 2006. Agora, o governador apoiou a campanha de Nilmar Ruiz. Como será a relação entre prefeitura e governo do Estado a partir de agora?

RAUL - O PT esteve dividido na campanha de 2006. Uma parte, onde me incluo, apoiou o governador, e outra parte esteve no palanque do PC do B. Não tenho clareza sobre os motivos que levaram o governador a apoiar uma candidata do DEM, num enfrentamento direto com o presidente Lula, de quem o governador se diz amigo e de quem recebeu recursos como nunca o Tocantins pensou em receber. No meu caso, no dia seguinte a minha posse, continuarei buscando a parceria com o governador e com o presidente, que aliás são parcerias que já existem na gestão atual.

FOLHA - O que o eleitor que votou no sr. verá de diferente em Palmas no seu segundo mandato?

RAUL - O primeiro mandato foi, e está sendo ainda, estruturante. Nos preparamos para dar grandes passos em várias áreas. Algumas ações, como a priorização total da educação, com o projeto de escolas de tempo integral, vão trazer seus maiores resultados daqui a 15 ou 20 anos, quando as novas gerações que estão hoje na rede começarem a ocupar seus lugares na sociedade. Nosso compromisso com a população é transformar Palmas numa cidade modelo para o país.

 

Fonte: Agência Folha