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As oftalmopatias infecciosas na Amazônia Brasileira serão o tema da sessão de encerramento das atividades científicas da Academia Nacional de Medicina neste ano. A sessão ocorrerá nesta quinta-feira, 27 às 17 horas.

A região Norte ainda é responsável pelo registro de altos índices de doenças já erradicadas nos países de primeiro mundo. Entre as quais, tracoma - uma doença oftalmológica altamente contagiosa -, e a oncocercose, também conhecida por “cegueira dos rios”, sendo a segunda maior causa infecciosa de cegueira.

Pelas peculiaridades da região com isolamento geográfico, carência de profissionais especializados em cidades mais distantes, há ainda a ocorrência de um número significativo de casos de doenças oftalmológicas que seguem uma evolução descuidada com resultados ruins para os pacientes.

Para falar desse assunto, a Academia Nacional de Medicina receberá o médico Cláudio Chaves, há mais de 30 anos professor de oftalmologia da Universidade Federal do Amazonas. Chaves é também especialista em oftalmologia pelo Hospital Souza Aguiar no Rio de Janeiro, Doutor em Medicina pela Universidade de São Paulo é Pós-Doutor pela Tufts University, dos Estados Unidos.

Araguatins

O município de Araguatins localizado na região do Bico do Papagaio, norte do Tocantins, enfrentou em 2005 ocorrências de doenças oculares. Alguns moradores da localidade apresentaram caroço e sinais de mancha nos olhos.

A investigação dos casos de lesão ocular realizada por técnicos da Sesau - Secretaria de Estado da Saúde, pesquisadores do INPA – Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz, USP – Universidade de São Paulo e EPISUS – Estudo de Pesquisa de investigação de surto da SVS – Secretaria de Vigilância em Saúde, levou à suspeita que os problemas oculares estivessem sendo causados por caramujos, que por um desequilíbrio ecológico na localidade se multiplicaram descontroladamente, acometendo principalmente crianças que banharam no rio Araguaia.

Após a investigação e a detecção de 301 casos de lesão ocular, a Sesau iniciou os tratamentos dos infectados e orientou a comunidade a adotar medidas preventivas, como evitar tomar banho no rio em sua margem urbana, tratar toda água utilizada para consumo com hipoclorito de sódio ou fervura.

 

Umberto Salvador Coelho

Da redação com informações da ANM