A visita ao Arranjo Produtivo Local (APL) do Agreste pernambucano foi considerado extremamente positivo para todos os parceiros envolvidos na formatação da criação do futuro pólo de confecções de Palmas, segundo a vice-prefeita Edna Agnolin. Ela acrescentou ainda que foi "a oportunidade de conhecer todos os processos deste segmento têxtil, desde as atividades mais simples aos mais sofisticados desenvolvimentos, passando pela criação, produção (corte, costura), lavagem (no caso do jeans), comercialização e distribuição. Estes conhecimentos adquiridos durante as visitas servirão para nortear nossos trabalhos, além de esclarecer melhor os parceiros como será a ação de cada segmento”, afirmou.
Parque das Feiras
Durante o último dia de visita ao APL do Agreste Pernambucano, a comitiva palmense teve a oportunidade de conhecer o Parque das Feiras na cidade de Toritama. A Feira acontece todas as segundas e terças exceto feriados nacionais. No local é comercializado roupas, na maioria, jeans. É um local ideal para quem procura produtos com preços baixos. O Parque das Feiras (espaço com mais de 600 lojas e estandes) abriga mercadorias para quem quer um produto com boa qualidade.
A comerciante Maria Regina Duarte, 39 anos, afirmou que vem do estado da Bahia duas vezes por mês ao parque fazer compras para comercializar em sua cidade. “Os preços praticados são muitos bons e não encontramos em nenhum outro lugar, por isso, atrai inúmeras pessoas a este centro de comercialização”, afirmou a comerciante.
Lavanderias em Toritama
Outro processo importantíssimo que a comitiva palmense conheceu na cidade de Toritama, no Agreste pernambucano, foi às lavanderias. Hoje, a cidade conta com mais de 56 empresas do ramo que fazem à lavagem do jeans. Segundo o empresário Edílson Tavares, proprietário da Lavanderia Mamute, ele possui cerca de 90 funcionários e em época de pico chegamos ao número de 120 a 130 pessoas trabalhando diretamente na empresa. “A nossa realidade aqui é bem diferente da encontrada na região do Tocantins, lá vocês possuem água em abundância, e aqui no Agreste a questão da falta d’água é o nosso grande problema. Então, desta forma, a montagem deste tipo de serviço em Palmas é totalmente viável”, destacou Edílson.
A comitiva também visitou a Empresa Atacadão do Jeans, de propriedade de Edson Tavares, que emprega atualmente 150 funcionários. Lá o grupo do Tocantins conheceu passo-a-passo os processos da fabricação têxtil. “Sempre gosto de citar a perseverança do povo nordestino que luta e não se rende, mesmo diante de quaisquer dificuldades. Temos como um dos principais problemas a falta d’água, que é escassa nesta região do Agreste. E com toda certeza, vocês em Palmas não sofrerão com esta questão, em função da quantidade dos rios e da periodicidade da chuvas, frisou o empresário pernambucano.
Moda Center
Para se ter uma idéia da grandiosidade do Arranjo Produtivo Local montado na cidade de Santa Cruz do Capibaribe, a comitiva palmense visitou o complexo Moda Center, que é considerado a primeira PPP (Parceria Público Privada) a ser realizada em Pernambuco, onde a Prefeitura de Santa Cruz entrou com o terreno e a Construtora Camilo Brito executou a obra com recursos próprios, gerados a partir da comercialização das cerca de 7 mil unidades construídas. Atualmente o Moda Center conta com a seguinte estrutura: área total de 32 hectares, área coberta: cerca de 80 mil m², 6.208 bancos de feira, caixas eletrônicos bancários, 442 lojas externas, 84 lojas internas, 04 praças de alimentação, com 10 restaurantes e 22 lanchonetes, estacionamento para 3 mil veículos, hospedagem para compradores com 2 mil leitos, hospedagem para motoristas de ônibus (excursão) com 200 leitos e 04 baterias de banheiros e sanitários, com 176 unidades.
Para Marco Antônio Monteiro Diretor Regional do SESC Tocantins, integrante da comitiva, este complexo Moda Center é realmente um resultado de parceiros que deram as mãos em prol de um ideal. “É extraordinário observar algo nesta magnitude, ficamos todos do Sistema S (Sebrae, Senai, Sesi, Sesc, Senac) impressionados com o que vimos e vamos lutar para que o projeto do pólo de confecções de Palmas tenha também o mesmo resultado positivo”, destacou Marcos.
Cursos de Modelagem
Numa das visitas da comitiva ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai de Santa Cruz), o grupo palmense participou de uma palestra com a diretora da Unidade, Cristina Barbosa, sobre a realização de cursos de modelagens e consultoria para empresários do ramo de confecções que são oferecidos naquela unidade. “Investimos na criação de um núcleo de design para atender a demanda da região. Hoje, o Pernambuco conta com 22 cidades que trabalham na industrialização de vestuário. Além disto, já estamos atendendo a um considerável número de empresários com a consultoria nas empresas para a capacitação da mão de obra local”, frisou Cristina.
Capital da Confecção
A comitiva formada pela primeira-dama de Palmas, Solange Duailibe, que na ocasião representava o prefeito Raul Filho, pela vice-prefeita Edna Agnolin, pelo presidente da Câmara de Vereadores de Palmas, Vanderlei Barbosa, o vereador Ivory de Lira, representantes do Sistema S (Sebrae, Senai, Sesi, Sesc, Senac), CDL, agências de fomento, secretaria da Indústria e Comércio do Tocantins, associações, entidades e empresários palmenses do ramo de confecções, participaram, ainda, no último dia da visita ao Agreste pernambucano de uma palestra oferecida pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Cruz do Capibaribe, com o consultor Bruno Bezerra que falou a importância da participação do empresariado na construção de um modelo de pólo de confecções que vem dando certo. “Aproximadamente 90% da população de Santa Cruz do Capibaribe trabalha com confecções. Já somos considerados no país uma das cidades com o maior número de micro fábricas/facções (nomes dados a este tipo de empreendimento local), são mais de duas mil empresas do ramo só na cidade, e a arrecadação do município de Santa Cruz do Capibaribe com o ICMS gira em torno de 1,5 milhão de reais por mês”, finalizou o consultor.
Fonte: Ascop
