O Consórcio Antiferrugem acaba de identificar oito focos de ferrugem asiática da soja em Formoso do Araguaia e em Lagoa da Confusão (TO) e um foco de ferrugem no município de São Miguel do Araguaia (GO) regiões de várzea onde é permitido o cultivo de soja na entressafra para produção de sementes, plantio de material genético ou para realização de pesquisa científica.
Segundo o diretor de defesa vegetal da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Tocantins (Adapec), Luis Henrique Michelin, o projeto Formoso, onde é permitido o cultivo de soja na entressafra para produção de sementes, plantio de material genético ou para realização de pesquisa científica utiliza aproximadamente 27 mil hectares na entressafra de 2009. “Setenta por centro desta área já foi colhida e o restante deve ser colhido até a próxima semana, quando termina o vazio sanitário no Estado e terá início a safra de soja 2009/2010”, afirma.
O cultivo de soja na entressafra é permitido mediante o cadastramento da área produtora junto a Adapec. Uma portaria estadual exige a realização de monitoramento para detecção da ferrugem da soja, assim como a aplicação obrigatória de fungicidas no estádio de R1 (florescimento da soja), independente se houver ferrugem.
Além disso, cada produtor ou empresa fica responsável pelo controle da doença. Segundo a portaria, as áreas excepcionalmente autorizadas e nas quais for comprovada a perda do controle fitossanitário da doença, devem ser destruídas química ou mecanicamente pelos proprietários. “Somos responsáveis por notificar o responsável pelas áreas que tiverem ferrugem. Nesta safra, fizemos algumas notificações, mas os produtores cumpriram a determinação fazendo a dessecação da lavoura, seguida da colheita ou simplesmente aplicando fungicidas para o controle da doença”, afirma Michelin.
Segundo ele, existem vários fatores que podem ter favorecido o aparecimento da ferrugem como as condições climáticas atípicas e a falta de eficiência de alguns fungicidas utilizados.
Goiás
Em Goiás, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) decidiu interromper o vazio sanitário que só terminaria no dia 30 de setembro, antecipando a autorização de cultivo de soja no Estado para 20 de setembro. O pesquisador Maurício Meyer, da Embrapa Soja, diz estar preocupado com o aparecimento precoce da ferrugem em Goiás. Segundo ele, houve falta de cuidado dos produtores de grãos que não eliminaram adequadamente a soja guaxa ou tiguera (soja que germina a partir de grãos de soja perdidos na colheita), nas principais área de produção do Estado, como Rio Verde, Cristalina. “Estas plantas (guaxa) estão infectadas com ferrugem e representam uma fonte importante de inóculo para disseminar a ferrugem na safra 2009/10”, alerta.
A mesma opinião é compartilhada pelo gerente de pesquisa do Centro Tecnológico de Pesquisa Agropecuária (CTPA), José Nunes Júnior. “Estamos preocupados com a ferrugem asiática no Estado. Como não houve eliminação da soja guaxa, conforme preconizado pelo vazio sanitário, a ferrugem está presente para se multiplicar. Além disso, temos focos da doença nas áreas de várzea de Goiás e de Tocantins. Portanto, se continuar chovendo como ocorreu no inverno, a ferrugem tende a se espalhar com maior facilidade durante a safra 2009/2010”, alerta.
Da redação com informações Embrapa Soja