O governador Carlos Henrique Gaguim reafirmou seu apoio aos municípios tocantinenses durante visita a Arapoema, no Norte do Estado, a 402 km de Palmas, neste sábado, 7, onde prestigiou a programação de aniversário de 46 anos do município. Em seu discurso à população, em palco montado para a festa no centro da cidade, o governador frisou que buscará meios junto ao governo federal e à bancada federal para ajudar a diminuir as dificuldades encontradas pelos prefeitos. “Buscamos mecanismos junto à bancada federal e ao nosso presidente Lula para ajudar os nossos prefeitos porque sabemos das dificuldades que todos enfrentam neste momento, por isso precisamos cada vez mais do apoio dos nossos parlamentares e da união das três esferas de governo”, ressaltou.
Carlos Gaguim disse que é meta do seu governo construir obras em todas as cidades tocantinenses. “Eu assumo o compromisso com Arapoema e todas as cidades tocantinenses porque queremos, com parcerias, construir obras em todos os municípios”, adiantou o governador, ao fazer referência ao papel importante dos parlamentares, que só ao município de Arapoema garantiram R$ 2,1 milhões federais através de emendas parlamentares. Gaguim ressaltou na ocasião que os deputados estaduais têm garantia de emendas do Governo do Estado. “Os nossos deputados estaduais também terão emendas para colocar obras nos nossos municípios e faremos tudo com planejamento”, pontuou.
O governador demonstrou preocupação quanto ao hospital municipal de Arapoema, que tem convênio com o Governo do Estado e que se encontra em condições precárias. “Vou buscar apoio junto ao presidente Lula e aos nossos parlamentares para tentar trazer para cá uma UTI para que a nossa população seja melhor assistida”, disse o governador, ao explicar que uma Unidade de Terapia Intensiva em Arapoema desafogaria o Hospital Geral de Araguaína, que encontra dificuldades para atender à demanda da região.
O prefeito Baltazar Rodrigues, o Tazinho, que na ocasião assinou com senadores e deputados as ordens de serviço de R$ 2,1 milhões, disse que o novo momento vivido no Estado sinaliza um futuro de desenvolvimento. “Este é um momento muito importante para nós porque apesar das dificuldades que enfrentamos temos um governo presente e atuante que demonstra confiança, força e determinação”, disse ele, enfatizando que governa um município de 6.839 habitantes com dificuldades de recursos, carente da criação de empregos e de geração de renda.
As ordens de serviço assinadas na ocasião são de recursos oriundos do Orçamento Geral da União adquiridos por meio de emendas parlamentares de deputados e senadores. Serão aplicados em pavimentação asfáltica e pavimentação por bloquetes, recuperação de estradas vicinais e aquisição de máquinas e implementos agrícolas.
Histórico de Arapoema
O Município de Arapoema está localizado na Mesorregião Ocidental do Tocantins e Microrregião de Araguaina, integrante da 5ª Região Administrativa do Estado, no Vale do Araguaia, Amazônia Legal tocantinense. Com Latitude de 07º39?28? , Longitude de 49º03?50? e altitude de 221 metros. Sua área e de 1.552,207 Km2 .
Arapoema surgiu com a descoberta de uma grande jazida de cristal de rocha, às margens do rio Jenipapo, no ano de 1956. Naquela época, o garimpo de cristal de Xambioá encontrava-se em declínio, quando corre a notícia, vindo da cidade de Conceição do Araguaia, que haviam encontrado outras jazidas em terras próximas ao porto do Araçaji, hoje Jacu, famoso garimpo do Rebojo. A notícia foi divulgada pelo agrimensor Wilson Osmundo Neves e seus ajudantes Rochina, Mesquita e Pista, quando cavavam para colocar marcos de divisões entre fazendas. Foi o famoso garimpo de Rebojo que atraiu centenas de pessoas de toda região para explorar o precioso cristal de rocha. Os fundadores da cidade foram um grupo de garimpeiros. Nesta obra se destacaram mais os nomes de Antonio Delfino Guimarães, Longuinho Vieira, Antonio Dias Carneiro, Messias Costa, Anísio Costa, o Sargento Assilon Soares Lima, Juarez Monteiro, Luiz Curvina, Nilo Alves da Silva, Virgiliano Belas Lima, Luiz Pompeu de Pina. O nome Arapoema é criatividade de um garimpeiro chamado Jurandir que, num arranjo feliz, colocou a 1ª sílaba do nome Araguaia + Poema. Daí, poema do Araguaia.
Através da Lei Estadual nº 4.800, de 7 novembro de 1962, o povoado foi reconhecido como município com topônimo de Arapoema, desmembrado do Município de Araguacema. Não demorou para que inúmeros garimpeiros, vindos de Xambioá, chegassem ao local, sendo considerados fundadores do povoado. Foram atraídos ainda garimpeiros de outros estados, principalmente do Maranhão, Pará e do Piauí.
O cristal extraído era levado para o Rio de Janeiro e embarcado para os Estados Unidos.O povoado recebeu o nome de Jenipapo, elevando-se à categoria de distrito pela Lei Municipal n.º 114, de 10 de maio de 1962, outorgado pela Câmara Municipal de Araguacema. É elevado à categoria de município pela Lei do Estado de Goiás n.º 4.800 de 7 de novembro de 1963, com o nome de Arapoema, com território resultante do extinto distrito de Pau D?Arco e parte do distrito de Itaporã do município de Araguacema. O garimpo começa a declinar em 1964, quando a região começa a ser impactada pela expansão da fronteira agrícola do País, substituindo sua base econômica. Data do final da década de 60 e início dos anos 70 a implantação da grande Colônia Agrícola Bernardo Sayão que ocupava uma extensa área hoje compreendida pelos municípios de Arapoema, com 600 famílias, e Bernardo Sayão, com 400 famílias. A falta de apoio, entretanto, em termos de crédito e assistência técnica, principalmente, levou o projeto ao fracasso, com o abandono e a venda dos lotes pelos assentados, logo após o recebimento dos títulos definitivos, e o conseqüente remembramento em grandes fazendas, ao longo da década de 70 e início dos anos 80. São remanescentes desta colônia 36 famílias que hoje compõem uma associação de pequenos produtores do Perobão. Além da concentração fundiária, o município perdeu população e uma significativa produção de alimentos, resultante das lavouras e criação de pequenos animais pelos colonos, hoje, praticamente inexistentes. A ocupação mais intensa do território de Arapoema data do início dos anos 70, com a formação de grandes fazendas de pecuária intensiva, o que resultou em estrutura fundiária concentrada nos estratos superiores a 1.000ha.
Em 1º de janeiro de 1993, perde parte de seu território com a criação do município de Pau D?Arco. Em 1995, foi criado o assentamento Cristo Rei com 23 famílias, ocupando uma área de 1.014ha, média de 44,08ha por família, resultante da invasão de uma fazenda. Encontra-se em fase de negociação, entre o INCRA e o fazendeiro, a legalização de outra invasão, conhecida hoje por Mutamba, com 25 famílias.
Em 1997, perde mais território com a criação do município de Bandeirantes do Tocantins.
Além do núcleo urbano, sede do município desenvolveu-se, isoladamente, três outros pequenos núcleos: Coriolando, pequeno bairro situado na TO - 230 a três km da cidade, com 30 famílias; Dezenove, com 35 famílias, localizado no km 30 da TO ? 230, entroncamento com a estrada para Bernardo Sayão; e Rui Barbosa, mais conhecido como Zé Preto, com 36 famílias, surgido no entroncamento de várias linhas da antiga Colônia Agrícola Bernardo Sayão, na estrada que liga Arapoema à cidade de Bernardo Sayão.
A origem do garimpo, ao contrário de outras cidades do Estado, não marcou significativamente a estrutura urbana, social e cultural de Arapoema. O bairro chamado Labirinto, único vestígio do povoado garimpeiro, foi praticamente destruído com a abertura de ruas e retificação de outras, restando apenas ruínas de casas de adobe ou de taipa e de um pequeno cemitério.
A história do município e da cidade-sede está fortemente ligada ao processo de ocupação do território pelas grandes fazendas e empresas agropecuárias, no final da década de 60, mas principalmente nos anos 70, apoiadas pelos abundantes incentivos fiscais e creditícios oferecidos para a implantação de projetos em toda a região da Amazônia Legal. Resultou deste processo de ocupação econômica a situação atual do município, com estrutura fundiária concentrada nos estratos acima de 1000ha e a monocultura do boi.
No dia 23 de janeiro de 1977, foi criada a Paróquia de Stª Terezinha do Menino Jesus, por Dom Cornélio Chizzini, sendo empossado solenemente como 1º Pároco Residencial, o Pe. Nilson Vieira da Silva, do clero diocesano de Tocantinópolis. A festa religiosa da Padroeira é celebrada anualmente a 1º de outubro.
Da redação com informações Secom/TO e Prefeitura de Arapoema