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Opinião

Os candidatos à presidência francesa foram os primeiros que obtiveram sucesso ao utilizar a Internet como ferramenta para o marketing político, o candidato Nicolas Sarkozy apresentou suas propostas políticas através de vídeos online, já a sua concorrente, Ségolène Royal buscou construir relacionamentos, pediu aos eleitores para participar no site registrando seus depoimentos a cerca das propostas da candidata.

Nas eleições de 2008 nos EUA não foi diferente, os americanos gostaram da idéia inovadora dos franceses, a campanha presidencial de Barack Obama conseguiu arrecadar mais de meio bilhão de dólares pela Internet. Além das doações online, outro recurso utilizado pela equipe de Obama foram às publicações de vídeos no youtube, eles possuem um forte apelo emocional com depoimentos de pessoas que trabalharam durante a campanha. Houve vídeos que chegaram a ter 565105 exibições, como é o caso de Charles Meets Barack.

O responsável pela campanha eleitoral de Barack Obama na Internet foi o marqueteiro americano Ben Self, ele é graduado em Ciência da Computação pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), em 2003 foi trabalhar na campanha presidencial de Howard Dean, conseguiu arrecadar US$ 7,5 milhões em doações online. De um profissional de Tecnologia da Informação passou a ser um marqueteiro com reconhecimento internacional. Ele veio em outubro de 2009 ao Brasil e participou do 1° Seminário de Estratégia de Comunicação e Marketing da The George Washington University “O efeito Obama”.

O PT (Partido dos Trabalhadores) fechou um contrato com Bem Self para criar uma estratégia para campanha presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. O contrato com o PT só foi possível graças à reforma eleitoral aprovada pelo congresso, que permitiu mais liberdade no uso da Internet. Com a criação da nova lei nº 12.034, de 29 de setembro de 2009, além da página tradicional, foi aprovado o uso de novos recursos, ela permitirá o envio de mensagem eletrônica, a criação de blogs, redes sociais e sítios de mensagens instantâneas. Outra mudança importante foi à doação pela Internet, que pode ser feita por cartão de crédito.

Com a publicação dessa nova lei, surge o “Marketing Político na Internet”, que antes era feito de uma forma tímida, mas, a partir de agora as campanhas políticas terão que ajustar seu plano de marketing para incluir essa novidade, que será um poderoso aliado para convencer os eleitores nativos da Internet. Para atender a demanda desse novo modelo de campanha, surgem os consultores de Tecnologia da Informação com um perfil diferenciado, assim, não basta apenas dominar a tecnologia, o profissional deve ter boas estratégias associadas às ferramentas disponíveis na Internet.

São muitas as ferramentas que podem ser adotadas para desenvolver um trabalho de marketing na Internet, a criação de comunidade ou blog não servirá apenas para convencer eleitores, mas, sim para recrutar pessoas e engajá-las na campanha. A idéia das comunidades é construir relacionamentos, fazer com que os eleitores tragam novos colaboradores para campanha.

Surge uma dúvida, e as pessoas que não tem acesso a Internet? Segundo o IBGE mais da metade dos brasileiros tem telefone celular – 53,8%, no Estado do Tocantins esse número vem crescendo, no ano de 2005 tínhamos 27 %, em 2008 esse número chegou a 46,3%. Os celulares tornaram-se um poderoso aliado, além de possibilitar o contato por voz, será possível enviar mensagens de texto com as propostas dos candidatos. As doações podem ser realizadas por envio de mensagens SMS, porém, a pessoa que for doar deve informar seus dados para que o candidato ou partido possa emitir um recibo eleitoral.

De nada vale ter consultores de Tecnologia da Informação, planos de marketing e apoio de consultores jurídico, o que importa é ter uma boa estratégia aliada a essas novas ferramentas. Esse novo profissional de marketing político deve ter domínio da tecnologia e aplicar boas estratégias para convencer os internautas. A criação de uma simples página de Internet não faz a diferença entre as demais, existem outras ferramentas que estão em alta, como é o caso do Twitter. O público da Internet gosta de interagir com o ambiente, deve existir um atrativo para convencê-los, principalmente o eleitorado jovem, quem sabe até mesmo o uso de jogos temáticos com o objetivo de apresentar as propostas do candidato. Contudo, sabemos que a Internet e o celular vieram para dar um auxilio e atender a um novo público (internautas), mas apenas essas ferramentas não garantem a vitória em uma eleição.

Helder Morais é bacharel em Sistemas de Informação, pós-graduando em Engenharia de Sistemas e Consultor de Tecnologia da Informação.

E-mail: contato@heldermorais.com.br