O frango tem conquistado lugar cativo na mesa de muitos brasileiros nos últimos 70 anos, o que fez com que a agroindústria de frango de corte se tornasse uma das mais importantes do agronegócio brasileiro; assumindo também posição de destaque no cenário internacional.
Para que estes avanços acontecesse, as inovações tecnológicas, a criação na esfera industrial, o melhoramento genético, alem dos avanços na sanidade, a redução no custo das rações e as melhores condições de manejo e ambiência com equipamentos modernos contribuíram bastante.
Toda a produção de carne de frango brasileira antes era concentrada nas regiões Sul e Sudeste e depois foi se expandindo para o cerrado; Primeiro no Centro Oeste e depois nas regiões Norte e Nordeste. Isso tudo para ficar mais próximo das áreas fornecedoras de matéria-prima a baixo custo.
Estudo
Tendo em vista o mencionado, pesquisadores da UFT, por meio da perspectiva analítica da Nova Economia Institucional (NEI), onde os principais interesses de investigação estão ligados aos resultados e aplicações para a agricultura e suas interfaces com indústrias a montante e a jusante. Analisaram as relações contratuais e os arranjos organizacionais do Sistema Agroindustrial (SAG) do frango de corte no Tocantins, compreendendo quais as possibilidades e perspectivas futuras e estabelecendo um marco inicial para os estudos de caso na região.
No estudo, os pesquisadores puderam perceber que o Tocantins ainda tem uma pequena participação na produção de carne de frango do país, pois ainda esta em uma expansão recente nesta área e possui poucas indústrias consideradas de pequeno e médio porte. Mesmo assim sua produção entre 2005 e 2007 aumentou 36,9%, enquanto a média nacional foi de 10,2%.
Apenas duas empresas tocantinenses compõem a SAG avícola da região: Asa Norte Alimentos e Frango Norte que respondem pela totalidade dos abates industriais. Esses grupos trabalham com o acordo informal, sobretudo em relação ao atendimento do mercado interno. Não é um sistema agroindustrial plenamente instalado.
A maioria dos incubatórios e granjas de engorda ficam situados próximos às agroindústrias, mas no Tocantins é diferente; a maior parte do fornecimento de aves e pintinhos vem de outros Estados; o que encarece e dificulta o transporte da matéria prima.
Outra questão negativa da agroindústria local é a subsistência da articulação favorável aos fornecedores, que impossibilita a formalização legal, ocasionando riscos à empresa como no transporte de aves e eventualidades nas condições da demanda. Além da quantidade reduzida de fornecedores de insumos, que não atende a demanda total da produção de aves, tornando-os caros.
Diante do estudado, os pesquisadores afirmaram que há obstáculos locais que tornam mais difíceis a abertura de novas empresas na região. Até mesmo porque, o mercado consumidor é incipiente, existe a distância entre a agroindústria local e a maioria dos fornecedores de insumos, o que reduz os ganhos de escala.
Futuro
Depois de analisar toda essa situação e suas interfaces, os pesquisadores perceberam que a proximidade com o mercado ainda inexplorado das regiões próximas ao Tocantins, bem como os incentivos governamentais favorecem a permanência e ampliação da atividade avícola na região.
Mas para isso é preciso melhorar algumas coisas: “A ampliação do numero de pequenos fornecedores de frango para o abate e pintos para engorda localizados próximos a unidade processadora da indústria, associados com a adoção de contratos do tipo relacional, presumindo estabelecer governança quase-integrada; favoreceria, para a redução dos custos de transação, fundamentalmente dos custos operacionais relacionados ao transporte e relacionados à obtenção e repasse de informação”, destacou a pesquisa.
Eles acrescentam ainda, que a atuação amparada nesses preceitos poderá proporcionar redução dos custos associado às diversas negociações, reduzindo riscos e incertezas e coibindo atitudes oportunistas que possam comprometer seus ganhos produtivos, gerando melhor desempenho econômico e financeiro para a empresa de frango.
Fonte: Assessoria de Imprensa UFT