Durante uma expedição do programa ambiental de Prospecção, Salvamento/Resgate Arqueológico e Valorização do Patrimônio Histórico, Cultural e Paisagístico, realizada na área de abrangência da Usina Hidrelétrica Estreito (UHE-Estreito), foi identificado um novo sítio arqueológico chamado de Abrigo Santa Helena, que possivelmente é a primeira área de sepultamentos históricos.
No local também foram encontrados quatro recipientes intactos, que podem ser urnas funerárias. Este é mais um importante resultado do trabalho de resgate arqueológico promovido pelo Consórcio Estreito Energia (Ceste) nos 12 municípios alcançados pelo empreendimento, através do Núcleo Tocantinense de Arqueologia (Nuta), da Fundação Universidade do Tocantins (Unitins),Localizado na Ilha dos Campos, entre os municípios de Darcinópolis (TO) e Estreito (MA), o sítio fica em área de difícil acesso. Talvez, por isso, tenha sido possível encontrar ali os quatro recipientes inteiros (inclusive com tampas), cobertos por uma fina camada de sedimentos (areia), a cerca de 10 cm de profundidade e sem o que os pesquisadores chamam de “perturbações antrópicas”, ou seja, circulação de pessoas.“Pela localização da ilha, se tivesse havido a presença do homem, todas as informações que estamos colhendo aqui teriam sido perdidas e hoje não teríamos um sítio como este na área”, comenta a arqueóloga do Nuta, Loriza Dantas.
A pesquisadora assegura que o espaço localizado na área de abrangência da Usina de Estreito é importante no contexto nacional da arqueologia, especialmente para se conhecer um pouco mais sobre os grupos que habitaram a região. “A gente não tem certeza, mas há vestígios de que ali foi uma área de sepultamentos, por conta de indícios de restos humanos encontrados”, acentua Loriza Dantas. Ela acrescenta que ainda não é possível precisar à qual data ou período remete o achado e que todo o material coletado será encaminhado ao laboratório do Nuta. “É lá, inclusive, que serão feitas as exumações dos recipientes”, destaca.
O gerente de Meio Ambiente do Ceste, Sérgio Larizzatti, afirma que tem sido de extrema relevância este trabalho de pesquisa realizado pelo Consórcio Estreito Energia. “Tais descobertas nos ajudam a conhecer e resgatar a nossa própria história. E o que o Ceste está fazendo é salvaguardar tais descobertas e torná-las acessíveis a todos”.Emoção – Durante as expedições e descobertas, um grupo de trabalhadores vivencia emoções diferentes. São moradores da área, que hoje estão dando importante contribuição à história.“Nunca imaginei em participar de um trabalho assim.
Cada descoberta é muito interessante. Só via mesmo isso em filmes e hoje até me sinto estimulado a fazer uma faculdade na área”, diz Fabiano Silva, morador de Carolina, contratado para atuar como assistente técnico da equipe.Pedro da Conceição, que antes de integrar a equipe de assistência técnica do projeto trabalhava como guia turístico na região, diz que também sente-se emocionado por conta do trabalho que está desempenhando. “Não tinha ideia do que ia acontecer.
Agora estou vivenciando a história, o que é muito prazeroso”, garante.Todo o material descoberto durante a execução dos Programas Ambientais de Prospecção, Salvamento/Resgate Arqueológico e Valorização do Patrimônio Histórico, Cultural e Paisagístico da área de abrangência da UHE Estreito é registrado no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos, o banco de dados do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e na Unitins.
Fonte: Assessoria de Imprensa/ UHE Estreito