O aposentado Tarcísio de Castro Pereira, de
70 anos, é a primeira vítima das queimadas no Tocantins este ano. Ontem, sexta-feira
(13), o corpo dele foi enterrado em Ipueiras, município a 120 km de Palmas.
Pereira retornava para a chácara onde vivia, no Povoado São Francisco, quando
foi cercado por focos de incêndio. Ele não conseguiu
escapar e morreu carbonizado.
Ontem, os órgãos ambientais registraram mais de 500 novos pontos de incêndio no Estado. São 4,2
mil focos desde janeiro e o segundo lugar no ranking nacional de queimadas. As
áreas mais destruídas são a Serra do Carmo e o Parque Estadual do Lajeado, na
capital, onde cerca de dez mil hectares já foram consumidos pelo fogo.
Uma força tarefa composta de 100 homens da Guarda Metropolitana, Corpo de
Bombeiros, brigadistas e do Exército já conseguiu conter as chamas em parte da
área, mas o fogo se espalhou por causa dos fortes ventos registrados nos
últimos dias. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais (Ibama) enviou hoje um helicóptero para apoiar o trabalho de identificação de
novos focos.
Poluição
Durante a semana, as queimadas próximas a Palmas deixaram a capital coberta por
uma nuvem cinzenta. O índice de umidade do ar também chegou a níveis críticos.
Como resultado, as unidades de pronto atendimento médico registraram o dobro de
casos de problemas respiratórios, como falta de ar, rinites alérgicas, dores de
cabeça e nariz seco.
A empregada doméstica Elcione Rodrigues, 33 anos, conta que desde quarta-feira,
o filho caçula Ítalo Samuel tem febre, dor de garganta e apresenta coriza no
nariz. O menino está sendo acompanhado em casa. Nos locais de pronto
atendimento, onde o período máximo de internação é de 24 horas, cresceu o
número de pessoas, principalmente crianças, recebendo nebulização, que ajuda a
umidificar as vias respiratórias.
As queimadas também atingem o Parque Nacional do Araguaia, que inclui a Ilha do
Bananal - maior fluvial do mundo. Brigadistas
trabalham no local com apoio de uma aeronave há mais de uma semana.
Em Gurupi, no sul do Estado, policiais da Companhia Ambiental (Cipama) tiveram
dificuldades para capturar hoje um veado que buscava abrigo nas ruas do centro
da cidade. O animal, segundo os policiais, fugia do fogo na zona rural,
correndo o risco de ser atropelado. Depois de capturado, o animal foi levado
para ser solto em uma área de preservação, perto de Peixe, a 300 km da capital.
Fonte: Agência Estado