A reforma administrativa que o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT) anunciou na última semana sem discutir com o partido chamou a atenção de vários militantes e lideranças da legenda que viram na atitude do prefeito uma maneira de excluir o partido da gestão em razão dos desentendimentos de Raul com alguns petistas.
O partido, assim como outros aliados, perdeu a representatividade nas indicações das pastas e ainda alguns servidores da legenda poderão ser demitidos com o intuito, conforme justificou Raul, de enxugar a máquina e fazer economia.
O prefeito de Dianópolis, José Salomão (PT) comentou a relação de Raul com o partido e afirmou que na sua opinião o colega está provocando uma atitude da legenda. “ Para mim ele está fazendo de propósito para sair de vítima. Se ele quisesse reaproximação não demitiria funcionários ligados ao partido”, frisou em entrevista ao Conexão Tocantins.
Salomão disse que o prefeito de afastou de alguns aliados da legenda. “Essa situação toda que ele está provocando e com certeza o que ele quer não é se aproximar do partido, pelo contrário, deve ser uma expulsão”, ponderou.
Segundo Salomão, a macro-regional do Sudeste vai discutir dia 5 de dezembro no município o resultado das eleições deste ano o que envolve também a situação de Raul e alguns vereadores que negaram apoio ao candidato ao Senado do partido, Paulo Mourão (PT).
Sem o partido
Para Márcia Barbosa, que é da executiva do partido e foi exonerada da Secretaria do Orçamento Participativo por Raul, a reforma do prefeito mostrou claramente que o PT não faz parte mais da gestão municipal.
“A leitura que o prefeito fez do resultado nas urnas pode ter interferido na reforma. Ao não consultar o partido, o prefeito assume a direção da nova gestão com sua marca pessoal e não mais a marca do partido pelo qual ele se elegeu”, disse.
Márcia conta que foi comunicada por Raul da mudança na véspera da oficialização da reforma. “ O prefeito assumiu a postura de governar sem a opinião do partido embora não exista mandato sem partido”, pontuou.
