Em entrevista concedida do lado de fora da Polícia Federal, o presidente da Associação Tocantinense dos Advogados, Gedeon Pitaluga falou na manhã desta quinta-feira, 16, sobre a importância da apuração das acusações de corrupção contra os advogados e desembargadores sem que, no entanto, hajam abusos por parte dos policiais.
De acordo com Pitaluga, mesmo depois da expedição dos mandados de busca e apreensão contra os magistrados, é necessário que sejam cumpridas determinadas prerrogativas no cumprimento da lei. “Inviolabilidade dos escritórios de advocacia é um direito irrestrito dos advogados”, exemplificou. O presidente ainda ressaltou que todo cidadão, quando investigado, tem o direito ao contraditório e à ampla defesa.
Contudo, o próprio presidente da Associação Tocantinense dos Advogados já admitiu que até o presente momento, ainda não existem relatos de abuso por parte da polícia. “Está tudo correndo dentro da maior normalidade”, completou.
Pitaluga ainda destacou que os dois advogados presentes na sede da PF nesta manhã estão apenas sendo ouvidos pela justiça. “Ainda não temos notícia nem se são como acusados, ou testemunhas”, reforçou.
O representante da associação destacou que a ATA estará representada junto à Polícia Federal para acompanhar todos os procedimentos de investigação contra os advogados e desembargadores envolvidos. Pitaluga destacou que tanto ele, quanto o seu vice-presidente ficarão revezando no acompanhamento dos fatos.
Entenda o caso
À pedido do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi dado início, na manhã desta quinta-feira, a operação de combate à corrupção, conhecida como “Operação Maet”.
No Tocantins,a justiça já realizou o procedimento conhecido como condução coercitiva contra advogados de Araguaína e Palmas. Na capital, estão sob investigação os desembargadores Liberato Póvoa e Carlos Sousa, além da presidente do Tribunal de Justiça, Willamara Leila.
Até o momento, dois advogados estão sendo ouvidos na sede da PF em Palmas e mais dois na cidade de Araguaína.