De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre os anos de 2000 e 2007 as regiões Norte e Nordeste juntas registraram mais de 200 mil óbitos de crianças menores de um ano de idade – quase 50 % do total nacional. Com o objetivo de identificar causas, apontar sugestões de melhoria e, assim, reduzir esses índices, foi criada a Renospe – Rede Norte-Nordeste de Saúde Perinatal.
Nesta quarta e quinta-feira, 30 e 31, os consultores da Rede, Ana Valeska Siebra e Silva e Neulânio de Oliveira, visitam o Hospital e Maternidade Dona Regina - para realizarem o diagnóstico na Instituição. Diretores, médicos e enfermeiros participaram de discussões para identificar as características do atendimento e do cuidado prestados a recém-nascidos internados nas Unidades Neonatais. No diagnóstico é verificada a estrutura física para o atendimento ao recém-nascido e também é realizada uma pesquisa clínica sobre as características dos pacientes dessas instituições.
Segundo a consultora Ana Valeska Siebra, o Tocantins é o último Estado a ser visitado e os dados obtidos no diagnóstico serão de suma importância para que os gestores estaduais e municipais tenham artifícios para o desenvolvimento de ações que otimizem o serviço prestado à população. “A Rede se propõe a mostrar o caminho, apontar soluções de melhoria, mas quem executa as ações e possibilita a mudança no quadro são os gestores e os profissionais envolvidos no atendimento”, destaca.
Ana Valeska explicou ainda que é o trabalho de profissionais responsáveis pelo atendimento nas unidades neonatais o principal alvo do aprimoramento, isso porque é a gestão de recursos humanos um dos principais desafios para o avanço da melhoria do atendimento a mães e recém-nascidos. “Não é por falta de tecnologia ou de equipamentos de alto padrão que temos esse número expressivo de mortes de recém-nascidos nas regiões Norte e Nordeste. Até porque, depois dessas visitas verificamos que há - em alguns serviços visitados - aparelhos de última geração que não são encontrados em hospitais da região Sul e Sudeste. Porém, as equipes precisam ser mais bem preparadas para o atendimento nas unidades neonatais, é preciso que esses profissionais estejam vinculados à rede e organizem protocolos e rotinas de trabalho que contribuam para a melhoria do cuidado”, enfatiza a consultora.
A Secretaria Estadual da Saúde – Sesau realiza trabalho contínuo para que o Tocantins diminua os índices de mortalidade infantil. O Governo do Estado assumiu o compromisso, por meio do Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Infantil nos Estados da Amazônia Legal, de reduzir para 5% a mortalidade de crianças até cinco anos e para isso tem investido tanto na melhoria da estrutura física dos hospitais como também na capacitação e valorização dos profissionais de saúde.
Outro fator que tem contribuído para a otimização do atendimento prestado a mães e recém-nascidos é a implantação do Plano de Qualificação da Atenção nas Maternidades e Rede Perinatal no HMDR, que, entre outras coisas, possibilitou a implantação de novos protocolos para o preparo e administração dos medicamentos, interação entre a equipe multiprofissional em discussões que envolvam o diagnóstico e as condutas a serem realizadas com os pacientes e novas medidas para a manutenção da temperatura dos recém nascidos internados na UI e UTI. Além disso, periodicamente é realizado junto aos municípios capacitações que visam o acompanhamento adequado da gestante ainda na Unidade Básica de Saúde da Família.
Mortalidade Infantil
Mais de 50% dos óbitos neonatais ocorrem no primeiro mês de vida, 80% desse total ocorrem na primeira semana, e desses 80% mais da metade ocorrem no primeiro dia de vida. As causas estão relacionadas a problemas não detectados durante a gravidez, ou mesmo durante o parto e pré-parto.
A rede veio com a proposta de possibilitar a conversa os consultores e os profissionais que estão a frente desse atendimento (médicos e enfermeiros) para que seja possível identificar quais as causas para que os coeficientes/indicadores de mortalidade não reduzam e sejam tão diferentes dos Estados das regiões Sul e Sudeste. “Em estudos apresentados revelam que o país ainda não conseguiu reduzir os número de óbito, pelos altos índices do Norte e Nosrdeste”.O Tocantins é o ultimo Estado a ser visitado, todos os demais estados das duas regiões já passaram pelo diagnótico. Fazem parte dessa rede maternidade públicas que possuam UTI neonatal.
Fonte: Assessoria de Imprensa Sesau