A Secretaria Estadual da Agricultura, da Pecuária, do Desenvolvimento Agrário (Seagro) é uma das gestoras no programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), instituído pelo Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em junho de 2010. A iniciativa quer aliar produção de alimentos e bionergia com redução dos gases de efeito estufa. Uma das ações do grupo gestor no Estado é a realização do Seminário de Sensibilização do Plano ABC – Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, que acontecerá na quarta-feira, dia 27, a partir das 8 horas, no auditório da Fecomércio.
O evento é promovido pelo grupo gestor Estadual do Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, composto pelo Mapa, por meio da Superintendência Federal da Agricultura, Embrapa, Ibama, Governo do Tocantins, por meio da Seagro, Instituto de Desenvolvimento Rural (Ruraltins) e Naturatins; Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Tocantins (OCB/TO), Federação da Agricultura do Estado do Tocantins (Faet), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Banco do Brasil e Banco da Amazônia.
De acordo com a diretoria de sustentabilidade do agronegócio da Seagro, um dos objetivos do evento é a disseminação da informação para o maior número de pessoas envolvidas direta ou indiretamente no processo e emissão de carbono, visto que a preocupação maior do programa é a diminuição do aquecimento global. “Vamos nivelar as responsabilidades, discutir o papel de cada setor e qual pode ser o papel nesse tema, envolvendo produtores, universidades, gestores e gerentes financeiros. A Seagro é interlocutora e a partir desse evento vamos definir as ações setorizadas. A intenção é trabalhar o programa em todas as regiões do estado”, explicou o diretor Corombert Leão.
Programa
As ações do programa ABC estão inseridas no Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011 e prevêem aplicação de R$ 2 bilhões em técnicas que garantem eficiência no campo, com balanço positivo entre sequestro e emissão de dióxido de carbono (CO2). Estão garantidos recursos a agricultores e cooperativas, com limite de financiamento de R$ 1 milhão por beneficiário. O crédito será financiado com taxa de juros de 5,5% ao ano e prazo de reembolso de 12 anos.
Os recursos serão direcionados à adoção de práticas agrícolas sustentáveis, como o plantio direto, que dispensa o revolvimento do solo, a semeadura direta na palha da cultura anterior. A técnica ou sistema preserva os nutrientes do solo, aumentando a produtividade da lavoura. Com o ABC, o Ministério da Agricultura pretende ampliar, em dez anos, a área atual ocupada com técnica em oito milhões de hectares, passando de 25 milhões para 33 milhões de hectares. Esse acréscimo vai permitir, nesse período, a redução da emissão de 16 a 20 milhões de toneladas de CO2 equivalentes.
Outro mecanismo que garante a retenção de carbono no solo é o Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). A técnica alterna pastagem com agricultura e floresta em uma mesma área, recupera o solo e ainda incrementa a renda. A meta do programa é aumentar, na próxima década, a utilização do sistema em quatro milhões de hectares, reduzindo de 18 milhões a 22 milhões de toneladas de CO2 equivalentes.
O plantio de florestas comerciais, de eucalipto e pinus por exemplo, também proporciona renda extra para o produtor com balanço positivo na emissão de carbono. A intenção do ministério é aumentar a área de florestas, até 2020, de seis milhões de hectares para nove milhões de hectares. Isso poderá reduzir a emissão de oito milhões a dez milhões de toneladas de CO2 equivalentes, no decênio.
Está previsto também o avanço na recuperação de 15 milhões de hectares de áreas degradadas, saindo dos atuais 40 milhões para 55 milhões, reduzindo entre 83 e 104 milhões de toneladas de CO² equivalentes. A fixação biológica do nitrogênio auxilia no sequestro de carbono, com impacto positivo para a mitigação do aquecimento global. Estima-se que o recurso, em 2020, seja empregado em 16,5 milhões de hectares ante os 11 milhões de hectares neste ano.
Fonte: Assessoria de Imprensa/Seagro