Histórias distintas de pessoas que no geral passaram a compartilhar o mesmo objetivo: o de contribuir para erguer e consolidar uma cidade em meio a novos horizontes de vida, para isso sendo inevitáveis os desafios, a fim de superar dificuldades e expectativas. Essa foi a saga daqueles que aportaram em solo tocantinense para tornar realidade a última capital planejada do século XX que completa 22 anos nesta sexta-feira, 20 de maio.
Palmas guarda vivos os passos desta gente baluarte edificando a história e a cultura da cidade. Gente como Maria Pereira de Souza, a Dona Maria Preta, nome com que se tornou conhecida de muitos. Baiana de Santa Maria do Rio Preto e vinda de Nova Rosalândia, à margem da BR-153, a pouco mais de cem quilômetros da capital, onde já era funcionária pública estadual desde 1983. “Tudo era resolvido em Goiânia, desde um contrato de serviço público a problemas de saúde”, recorda.
Chegou à nova cidade em 1995, com sonhos, a exemplo dos demais migrantes. O primeiro seria, evidente, conseguir uma moradia. A família, numerosa, de 12 pessoas, incluindo os filhos menores, dois sobrinhos e dois netos, sem contar a companhia de uma irmã enferma. Foram morar na então ‘invasão da 15’.
Mas logo viria a ter sua casa própria na antiga Arne 51, hoje 404 Norte. Por gostar de desempenhar trabalho social se engajou nos programas ‘Nossa Feira’ e ‘Sopão’, direcionados a comunidades carentes de Palmas. Contudo, confessa que foi “injustiçada” por algumas gestões passadas.
Daí, afirmar ser o atual governador “não só um patrão, mas um segundo pai”. E narra um diálogo entre ambos ainda naquele ano de 95, quando projetos mais arrojados não passavam de miragem para a maioria das pessoas. “Ele ficava na sacada do palácio, olhando na direção de onde hoje é o lago, e dizia: ”Maria, eu olho daqui, e já vejo o lago e a ponte. Se Deus me pôs neste lugar eu posso alcançar esse objetivo”. No que ela ponderava. “Mas governador, isso não é possível!”. ”Eu não tinha ideia da capacidade desse homem”, diz Dona Maria.
Hoje, se sente vencedora, destacando que todos os seus filhos têm casa própria. Um dos filhos mais novos, uma moça, está concluindo o curso superior de Pedagogia. Ela mesma garante ter se encorajado e entrado para a UMA - Universidade da Maturidade, onde já concluiu o curso. Considera que a cidade evoluiu e se “transformou em um paraíso” – “um bom lugar para se viver e trabalhar”, avalia.
Completando 20 anos em Palmas, José Valdemir Miranda, o Chumbinho, atesta que aqui chegou também movido pelo pensamento de construir um futuro melhor. Atuando na área de comunicação (é proprietário de jornal), que diz exigir muito do empreendedor para que possa obter êxito, garante que na cidade, além de ter conseguido sobreviver constituiu família e procurou fazer a sua parte para o bem do lugar e da população.
Para quem chegou bem depois à capital, como o administrador e professor universitário Jorge Luiz Dreher, 55, gaúcho que há 20 anos vivia em Curitiba, capital do Paraná e só há dois está em Palmas, a Capital ainda tem muito a oferecer. “Estamos em uma capital promissora que demonstra vontade por parte dos governantes. Ela está no centro do Brasil e é uma cidade que brilha muito, inclusive tenho visto, neste pouco tempo, chegar aqui um número crescente de grandes empresas, vindas principalmente da região Sul do país”, constata o profissional liberal. Lembrando que de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Palmas, como a cidade brasileira que mais cresceu nos últimos 10 anos, precisa de investimentos em infraestrutura.
Jorge Dreher faz questão de acrescentar que assim ocorreu consigo quanto às referências sobre a cidade, passadas por amigos conterrâneos que aqui se encontram. O mesmo faz em relação às vantagens e perspectivas que recomenda a tantos outros que lá se encontram para que venham para Palmas e o Tocantins. “Temos uma capital que investe em novos conhecimentos e por isso não há mais necessidade de se sair daqui para buscar uma faculdade em outros lugares”, comemora.