Conforme relatório apresentado por uma equipe de especialistas em ictiofauna e consultores em engenharia, o Consórcio Estreito Energia (Ceste) esclarece que a morte de peixes, ocorrida próximo à casa de máquinas da Usina Hidrelétrica Estreito (UHE Estreito), teve relação direta com os testes de comissionamento da Unidade Geradora 1. O incidente ocorreu em março passado e detectada esta situação, os testes foram imediatamente paralisados e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi informado do ocorrido.
Posteriormente, um relatório específico foi elaborado pelo Ceste, descrevendo a causa da mortandade de peixes na UHE Estreito, como também aponta a real quantidade de peixes afetados e o tratamento dado pelo Consórcio na destinação dos mesmos, conforme normas vigentes.
O gerente de Meio Ambiente do Ceste, Sérgio Larizzatti, enfatiza o compromisso do Consórcio Estreito Energia com o meio ambiente. “Não temos medido esforços para cumprir não só com as nossas obrigações, mas também com os acordos voluntários que assumimos com esta região. E tomamos todas as medidas para evitar que situação semelhante volte a ocorrer”, assegura o gerente, referindo-se à morte dos peixes.
Sérgio Larizzatti acrescenta que, além de informar ao Ibama do incidente e paralisar os testes de comissionamento da Unidade Geradora 1 da Usina de Estreito, convocou especialistas em engenharia e em ictiofauna para analisar e identificar as causas da ocorrência, o que possibilitou a definição de ações em relação ao evento ocorrido.
“É importante destacar que sempre partilhamos com o Ibama as nossas ações e reiteramos o nosso compromisso com a conservação do meio ambiente. Estamos realizando um monitoramento constante da qualidade da água do rio Tocantins e também da conservação e proteção da sua ictiofauna”, ressalta Larizzatti.
Pesca no Tocantins e Fomento da Atividade
Se depender do rio Tocantins, a atividade da pesca na área de abrangência da Usina de Estreito tem longa vida. Ali, diariamente, pescadores profissionais e amadores retiram toneladas de peixes que são vendidos nos mercados municipais e mesmo para outras cidades.
Francisco Linhares da Silva, o “Frank”, trabalha com pescado há 10 anos e é proprietário de um movimentado ponto de vendas no Mercado Municipal de Estreito. Ele garante que valeu a pena investir na mudança de Araguaína (TO) para o município maranhense, há três anos. “Esse comércio é muito bom”, diz.
Frank destaca que seu principal fornecedor é a Colônia de Pescadores de Estreito. “Com eles compro surubim, jaú, barbado, filhote, cachorra. Todos frescos, de boa qualidade e pescados no rio Tocantins”. Além de vender em Estreito, ele fornece peixes para Araguaina.
Por reconhecer esse importante e promissor negócio, o Ceste propôs voluntariamente às Colônias de Pescadores a criação do Complexo Integrado de Processamento, Beneficiamento, Comercialização e Escoamento do Pescado do Tocantins, cujo objetivo é potencializar a atividade pesqueira na região. O projeto, orçado em R$ 4,8 milhões, conta com o apoio do Governo Federal, por meio do Ministério de Pesca e Aquicultura, e Ibama, sendo este compromisso oficializado através de um Termo de Cooperação assinado por estes órgãos e o Ceste.
Em Carolina e Estreito (MA) e Babaçulândia, Barra do Ouro, Filadélfia, Itapiratins e Palmeiras do Tocantins (TO), as estruturas físicas do Complexo Pesqueiro já começaram a ser construídas. São portos de desembarque e coleta de pescado, restaurantes-escolas, capacitação profissional, um Centro Experimental de Piscicultura e Produção de Alevinos, dois complexos integrados de escoamento, beneficiamento e comercialização de pescado no Maranhão e Tocantins e sedes das cooperativas de pescadores e piscicultores, que deterão a propriedade sobre os complexos.
O superintendente Federal da Pesca e Aquicultura no Estado do Tocantins, Josafá Maciel, comenta que o Complexo Pesqueiro tornou-se referência para outros empreendimentos semelhantes à UHE Estreito. “Trata-se de um projeto pioneiro nessa atividade e que abriu espaço para que outros possam ser implantados”, pontua Josafá Maciel. Vale destacar que a Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura representa o MPA na região.
Presidente da Colônia de Pescadores Z35 (Estreito), Luís Moura afirma que o Complexo Pesqueiro é um sonho que a categoria quer ver realizado. “Faço uma avaliação positiva desse projeto. A expectativa é que ele ocorra de acordo com o que está previsto”, conclui.
Fonte: Assessoria de Imprensa UHE Estreito