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Cultura

Foto: Divulgação

“Oscar Wilde, certa vez, disse que os maiores sonhos de liberdade são sonhados em cárcere. E, construindo uma analogia, aqui no Tocantins esta lógica também se faz válida, já que mesmo sendo o mais novo estado do País, ele não se limitou a pensar em algo simples e pequeno, mas sonhou e vem realizando um evento literário de imensa grandeza e qualidade, se equiparando a outros vários grandes eventos tradicionais”, exaltou o sétimo ocupante da Cadeira 19 da Academia Brasileira de Letras (ABL), Antonio Carlos Secchin, que foi uma dos ilustres palestrantes da Feira Literária Internacional do Tocantins (FLIT), no Café Literário.

Doutor em Letras pela Universidade Federa do Rio de Janeiro, o imortal da ABL Secchin explanou sobre as obras e coincidências que envolvem os escritores Cruz e Sousa e Augusto dos Anjos, sendo este último o homenageado nacional da Feira, o que foi aprovado pelo acadêmico. “O Augusto dos Anjos é um cânone da literatura internacional, um poeta indispensável e que merece ser prestigiado. Ele era tecnicamente perfeito, o que despertava a simpatia dos parnasianos, mas desagradava a este mesmo público devido ao conteúdo das próprias obras, que passeavam pelo grotesco, pelo escatológico. Independente de qualquer coisa, Augusto dos Anjos estava além dos contemporâneos dele, pois já abusava da plasticidade estilística, da concretude do imaginário, da utilização de temas cotidianos, o que só veio a ser massificado durante o período modernista”, ressaltou o acadêmico.

Para o escritor tocantinense Juarez Moreira Filho, homenageado regional da Flit, que prestigiou a apresentação de Carlos Secchin, poder contar com a presença de um renomado acadêmico nos espaços de discussão literária evidencia o reconhecimento dispensado ao evento. “Basta conferir o quantitativo de gente que veio participar da palestra do Doutor Secchin que podemos ter uma leve ideia do quão importante ele é para a literatura e o quanto a Flit já chegou com grande prestígio. Ter pessoas com este peso de importância por aqui enriquece o nosso evento de sobremaneira”, fez questão de destacar o acadêmico.

Biografia de Antonio Carlos Secchin

Sétimo ocupante da Cadeira nº 19, eleito em 3 de junho de 2004, na sucessão de Marcos Almir Madeira e recebido em 6 de agosto de 2004 pelo acadêmico Ivan Junqueira, Antonio Carlos Secchin nasceu no Rio de Janeiro em 10 de junho de 1952. Filho de Sives Secchin e de Victoria Regia Fuzeira Secchin. Até os 6 anos morou em Cachoeiro de Itapemirim. Desde 1959 reside no Rio de Janeiro.

Secchin é doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1982). Professor de Literatura Brasileira das Universidades de Bordeaux, (1975-1979), Roma (1985), Rennes (1991), Mérida (1999), Nápoles (2007), Paris Sorbonne (2009) e da Faculdade de Letras da UFRJ, onde foi aprovado (1993), por unanimidade, com nota máxima, em concurso público para professor titular.

Orientou 24 dissertações de mestrado, 13 teses de doutorado e 3 pesquisas de pós-doutorado. Ministrou 48 cursos e participou de 177 bancas de pós-graduação, no País e no exterior. (Ascom Seduc com informações da ABL)