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A agricultura foi o tema mais questionado nesta terça no 5º Encontro Empresarial Brasil- União Européia, que reúne em Bruxelas (Bélgica) autoridades e empresários com o objetivo de trocar informações sobre diversos temas e ampliar as oportunidades de negócios e investimentos entre Brasil e União Européia. A senadora Kátia Abreu, que falou pelos agricultores brasileiros (pela primeira vez a agricultura tem voz e vez no encontro) foi obrigada, depois de sua palestra, a retornar ao fórum para detalhar as oportunidades que os empresários do setor têm na agricultura brasileira a mais de 120investidores das principais economias do planeta. “Eles ficaram tão impressionados que já decidiram colocar a agricultura nos próximos encontros”, disse hoje Kátia de Bruxelas, após participar do seminário que teve a presença da presidente Dilma Rousseff.

Kátia Abreu discorreu, especialmente, sobre o potencial do país e a logística de transporte da produção, demonstrando aos empresários a importância da hidrovia do Tocantins que pode tornar-se no grande Mississipi brasileiro,numa alusão ao rio Mississipi, nos Estados Unidos que corta aquele país lado a lado com umaferrovia, o que pode vir a acontecer o mesmo no Brasil com a hidrovia doTocantins e a ferrovia Norte-Sul. “O Mississipi é o coração da logística norte-americana, um dos maiores produtores do mundo”, disse Kátia hoje em Bruxelas.

A pauta exportadora agrícola brasileira para a União Européia está concentrada nos produtos do complexo soja, café e carnes,que respondem por 71,8% dos embarques de produtos agropecuários. Segundo o MAPA, as exportações agrícolas cresceram 17,1%, ao ano, no período de2002 a 2008, passando de US$ 7,3 bilhões para US$ 18,8bilhões.

O projeto da hidrovia Tocantins já havia sido apresentado pela senadora Kátia Abreu à presidente Dilma em audiência privada no Palácio do Planalto. Ela pode transportar os 56 milhões de toneladas de grãos das regiões Norte e Centro-Oeste assim como a produção industrial da Zona de Franca de Manaus (AM) para o Sul do país ( os maiores centros consumidores). Hoje Manaus produz 1,3 milhões das 3,9 milhões de toneladas da produção industrial brasileira. É produção que segue para o Sul por navios de cabotagem (pelo litoral) a custo mais elevado, o que aumenta o preço do produto ao consumidor, claro. Pela hidrovia, estudos indicam que cerca de 60% dessa produção pode ser transportada por hidrovia, cruzando o Estado do Tocantins.

A hidrovia do Tocantins custa, hoje,o equivalente R$ 1,6 bilhões. Este valor, somado às obras necessárias em outras hidrovias da região e à estruturação dos portos e a implantação da derrocagem até Belém alcançaria o montante de R$ 4,6 bilhões.Além disso, a hidrovia do Tocantins é a mais adiantada, faltando apenas terminar a eclusa do Lajeado e implementar a eclusa de Estreito.

A produção seguiria de Manaus até Belém pelo rio Amazonas, de lá utilizaria a hidrovia do Tocantins,alcançando a Ferrovia Norte-Sul que, em Figueirópolis, alcançaria o ramal da Ferrovia Leste-Oeste até o porto de Ilhéus (ao Leste) e à região produtora de Sorriso, no Mato Grosso, a Oeste. Pela ferrovia seguiria até Mogiana e aos portos do Sul.

Uma das vantagens apresentadas por Kátia Abreu a Dilma é o fato do transporte hidroviário ser o mais barato. Hoje, o custo do transporte de uma tonelada/1 mil km é da ordem de US$ 18 pelo modal hidroviário. Já por ferrovia, o custo aumenta para US$ 26 chegando a US pelo transporte da mesma quantidade por rodovias. (Assessoria de Imprensa da senadora KátiaAbreu)