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Cultura

A sexta edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, acontece nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal. Em Palmas, com apoio da Fundação Cultural de Palmas (FCP) os filmes serão exibidos no Cine Cultura – Sala Sinhozinho, localizado no Espaço Cultural, com abertura prevista para às 20h desta quinta-feira, 10 e segue até o dia 16 de novembro.

A programação da 6ª Mostra conta com a exibição de 46 filmes, incluindo títulos inéditos no país. Todas as sessões disponibilizadas têm entrada franca e ocorrem em locais com acessibilidade para pessoas com deficiência. Exibições com sistema de audiodescrição e de closed caption (voltadas a deficientes visuais e auditivos, respectivamente) também ocorrem em todas as cidades da Mostra.

A Mostra é uma realização da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira, patrocínio da Petrobras e apoio do SESC/SP, da TV Brasil e do Ministério das Relações Exteriores, apresentado pelo Ministério da Cultura (MinC).

Conforme fala da ministra de Estado-Chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, no site oficial da Mostra, o país passa por transformações sociais. “Em todos os estados e no Distrito Federal, esta edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos encontrará um pouco de cada mudança vivida nestes últimos anos, mas também irá se deparar com grandes desafios; irá se encontrar com toda a multiplicidade cultural e histórica de nosso país. Vai falar de diferentes formas para diferentes públicos, mas sempre sob o signo universal e ao mesmo tempo contextual dos Direitos Humanos”.

Sobre os filmes

O evento é dedicado a produções que abordam questões referentes aos direitos humanos, produzidas recentemente nos países sul-americanos. Na edição desse ano, há um destaque para filmes que abordam as temáticas de defesa das crianças e adolescentes, idosos, cidadania LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) e saúde mental.

Na seção Filmes Contemporâneos, destinada às produções recentes, Cuatro Litros por Tonel (2010), de Belimar Román Rojas, conta a história de Vicenta, Marilin, Luisa, Victoria e outras oito mulheres camponesas venezuelanas que decidem se tornar uma cooperativa de adubos orgânicos. As demandas apresentadas pelo projeto fazem com que sofram ameaças, comprometendo todo o projeto. A autonomia financeira das mulheres é sem dúvida um desafio para a sociedade. A garantia de renda e o protagonismo desse grupo feminino serão capazes de nos fazer refletir sobre as dificuldades e desafios vividos pelas mulheres no mercado de trabalho ou diante de projetos de economia solidária.

Ainda na seção Filmes Contemporâneos, Camponeses do Araguaia - A Guerrilha Vista por Dentro (2010), de Vandré Fernandes, surpreenderá com imagens da época dos conflitos (1972-74), que conseguiram ser preservadas apesar dos esforços para que todos os documentos que retratassem a Guerrilha fossem destruídos. A proposta deste longa é mostrar a Guerrilha a partir dos moradores das imediações onde ocorreram os conflitos. O apoio popular ao movimento e o sofrimento a cada desaparecimento são pontos marcantes do filme.

A Retrospectiva Histórica, outra seção da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, novamente trará filmes que tratam do Direito à Memória e à Verdade. É propício o momento para que mais uma vez a Mostra traga em sua seleção produções sobre o tema. Os países da América do Sul foram marcados por fortes períodos ditatoriais e, em resposta à necessidade de se conhecer o passado e torná-lo acessível aos olhos dos seus cidadãos, deram importantes passos na construção de marcos legais, institucionais e culturais de transição democrática.

Esses avanços influenciaram também o cinema. Verdadeiras obras-primas foram enviadas com a temática do Direito à Memória e à Verdade como, por exemplo, Diário de uma Busca (2010), de Flávia Castro, que tenta desvendar o desaparecimento do militante político Celso Castro (1964-1984) durante os anos de 1960. Confissões (2011), de Gualberto Ferrari, conta a história de Gustavo Scagliusi, ex-agente secreto do Batalhão 601, unidade do Serviço de Informações do Exército argentino durante a última ditadura militar (1976-1983), que se encontra frente a frente com o passado e as próprias culpas. (com informações do site http://www.cinedireitoshumanos.org.br/)