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Cultura

Narrativa do documentário tem como fio condutor a história do vendedor de caldo de cana, Osmar Bezerra

Narrativa do documentário tem como fio condutor a história do vendedor de caldo de cana, Osmar Bezerra Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Narrativa do documentário tem como fio condutor a história do vendedor de caldo de cana, Osmar Bezerra Narrativa do documentário tem como fio condutor a história do vendedor de caldo de cana, Osmar Bezerra

É fácil notar a presença cada vez maior das igrejas evangélicas em Palmas. Das tradicionais às neopentecostais - com forte apelo midiático - os templos multiplicam-se. Os dados do Censo 2010 do IBGE referentes ao credo dos palmenses estão sendo tabulados e devem ser divulgados no mês de fevereiro, representando em números e estatísticas uma visível transformação social.

Em 2012, um assunto familiar ao universo protestante vai ganhar as telas. O Homem do Monte é o título de um documentário que está sendo produzido, com previsão de lançamento para o mês de maio. A narrativa tem como fio condutor a história do vendedor de caldo de cana, Osmar Bezerra. A chácara que ele adquiriu nos anos 1990 tornou-se um ponto de culto para milhares de fiéis.

A peregrinação começou tímida e não demorou até que fiéis de diversas denominações elegessem o pequeno monte que há na propriedade para elevar suas orações a Deus. O nome da chácara não poderia ser outro: Monte das Oliveiras. “Quando venho aqui, desço cheio de alegria e de esperança”, conta Olimar Silva. O vendedor de pão prefere orar sozinho, mas há quem opte em louvar a Deus na companhia de parentes, amigos ou membros da igreja.

O ato de subir ao monte guarda uma significação importante para os cristãos. A crença é fundamentada em passagens bíblicas em que líderes como Moisés, e até o próprio Cristo, recolheram-se a uma montanha para orar. Segundo a bispa Edna Nascimento, da Igreja Apostólica Restauração e Paz, o monte por si só é um lugar comum, “mas a fé o torna um lugar especial”. Em sua avaliação, o Monte das Oliveiras é uma espécie de refúgio onde as pessoas separam um tempo para Deus, sem preocupação com o relógio. A bispa Edna, só faz uma ressalva àqueles que vão em busca de propósitos pessoais, como riqueza e poder.

Filme vai falar de fé

O jornalista Gleydsson Nunes, diretor do documentário, diz que o filme não tem o objetivo de defender práticas, dogmas ou denominações religiosas. “Quando soube da existência do Monte das Oliveiras, imediatamente senti o desejo de produzir um documentário a respeito, principalmente quando conheci o Seu Osmar”. Gleydsson não é protestante e garante que essa condição não terá influência na obra. “Antes de minhas opções pessoais vem o profissionalismo, assim conquistei a confiança de Seu Osmar e das pessoas que estão participando do documentário”, afirma o diretor.

Os demais personagens serão pessoas de níveis sociais e educacionais distintos, com seus relatos de graças alcançadas e experiências sobrenaturais. “As coisas de Deus parecem loucura para as pessoas normais”, argumenta Raquel Montizuma. A história dela é uma das mais impressionantes. Em 2009, deixou tudo para trás e literalmente mudou-se para o Monte das Oliveiras. Permaneceu lá cinco meses sob uma barraca de praia, tomando banho com água levada em garrafas pet. No ano passado, repetiu a dose: subiu ao monte e só voltou pra casa após cento e cinco dias.