Uma das maiores esperanças para os portadores de leucemia é a doação de medula óssea. Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos, com boa saúde, pode ser um doador. É necessário que o interessado procure um órgão especializado, como os hemocentros, para fazer o cadastro. Nele são listados os dados pessoais, e também coletados 5ml de sangue para o teste de histocompatibilidade, exame que verifica a compatibilidade genética entre paciente e doador.
O número de voluntários teve um crescimento surpreendente nos últimos anos. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2000 eram cerca de 12 mil cadastros. Hoje o número ultrapassa os 2 milhões de pessoas inscritas voluntariamente.
Como a demanda de doadores cresceu expressivamente, foi criado pelo INCA o Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (REDOME), local que arquiva os dados de todas as pessoas do Brasil, que se cadastraram como possíveis doadores de medula óssea. O acesso ao REDOME é feito quando não há um familiar do portador de câncer conciliável. Busca-se então no registro, com as informações do receptor, um doador cadastrado que seja compatível com ele. Caso seja encontrada uma pessoa, ela será convidada a fazer o transplante.
Em Palmas o cadastro pode ser feito no HEMOTO, hemocentro localizado na 301 Norte, próximo à Escola de Tempo Integral Padre Josimo. A técnica do hemocentro Geysy Araújo, afirma que já são realizados projetos onde o hemocentro se torna móvel, isto é, eles vão até entidades públicas e privadas para incentivar o cadastro. “Já fomos na Universidade Federal do Tocantins, em órgãos privados para tentar cadastrar aquela pessoa que não tem tempo de ir ao hemocentro”. A servidora ressalta ainda que muitos programas serão colocados em prática em 2012. “A falta de informação é o que mais afasta os possíveis doadores de virem ao Hemocentro. Neste ano pretendemos divulgar mais sobre a questão da doação de medula óssea. O Brasil é o terceiro país com o maior número de gente cadastrada. Neste ano com muito trabalho, vamos tomar o segundo lugar da Alemanha”, explica Geysy.
O estudante de Medicina da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Walter Cardoso, 20, ressalta a importância de fazer o cadastro, e de se tornar um provável doador. “Diferente do que dizem todas as pessoas e campanhas, não importa se um dia você vai precisar ou não, ou uma pessoa que você ama. O que importa é que alguém precisa, e você pode ser o único, em mais de milhões de genótipos de medula, que pode ajudar. Então, você deve ajudar!”, diz. Cardoso ainda completa afirmando: “Isso tudo não é pelo seu bem, não porque você vai para o céu. Mas sim porque você é o único que pode fazer a diferença e salvar a vida de alguém que necessita”, conclui o estudante que já trabalhou como voluntário na Oncologia Pediátrica do Hospital Geral de Palmas.
Este ano duas pessoas foram classificadas como aptas a serem doadoras de medula óssea, no HEMOTO de Palmas. Elas doarão para pacientes de outros países, segundo informações do hemocentro. No País, a probabilidade de encontrar alguém compatível é uma em 100 mil e no mundo uma em 1 milhão.
Informações sobre o cadastro e doação de medula óssea podem ser obtidas no Centro de Hemoterapia e Hematologia de Tocantins – HEMOTO.