O Brasil deve atingir
seu compromisso de reduzir em 80% o desmatamento no País ainda em 2012, oito
anos antes do prazo estipulado, disse na últimasegunda-feira (20/02), em
Londres, a presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA),
senadora Kátia Abreu (PSD).
Em palestra na London
Schoolof Economics (LSE), a senadora apresentou dados oficiais que
mostram que, em 2010, foram desmatados 6.600 km2. “O compromisso assumido pelo
governo brasileiro durante a COP-15, em Copenhague, em 2009, foi de chegar a
uma área de 5.400 km2 em 2020. Ou seja, já praticamente chegamos a essa meta
dez anos antes”, afirmou a senadora Kátia Abreu.
Para a presidente da
CNA, os principais fatores que contribuíram para a queda no desmatamento no
Brasil foram a melhoria da fiscalização por parte das agências ambientais e os
esforços do setor agropecuário brasileiro no sentido de aumentar sua
produtividade sem a necessidade de destruir a vegetação nativa.
“O produtor rural brasileiro não tem interesse em desmatar. O grande interesse
dele hoje é produzir mais no mesmo espaço de chão. Ele sabe que se deixar a
água acabar, a terra se degradar e as encostas desmoronarem, ele vai perder dinheiro.
Ele sabe que se não corrigir seu passivo ambiental, ele não vai vender seu
produto, porque hoje há uma enorme pressão do mercado por alimentos que
respeitem o meio ambiente”, disse a senadora Kátia Abreu.
A atividade agropecuária
brasileira ocupa uma área de 236 milhões de hectares – ou 27,7% do território
nacional. Outros 61% estão preservados como mata nativa nos seis biomas do
Brasil, entre eles a Amazônia. Com a aplicação de tecnologias que reduzem as
emissões de gás carbônico e com iniciativas endossadas pela CNA, como o
Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono) do Governo federal, o setor terá
condições de incorporar à produção até 70 milhões de hectares de terras que
hoje se encontram degradadas.
Entre essas iniciativas
estão técnicas de agricultura sustentável exclusivamente brasileiras, como a
integração lavoura-pecuária-floresta, além do trabalho de plantio direto, de
restauração de pastagens degradadas e a fixação biológica do nitrogênio no
solo. “O Brasil está hoje na condição única de produzir, de maneira sustentável
e sem derrubar uma árvore, 400 milhões de toneladas de alimentos até 2050,
contribuindo com a meta de 2,8 milhões da FAO para alimentar os 9 bilhões de
pessoas que habitarão o planeta até lá”, disse a senadora Kátia Abreu.
O setor agropecuário
brasileiro responde por 20,2% do PIB, por 37% dos empregos e por 37% das
exportações do país. O Brasil é também o maior exportador mundial de açúcar,
café, suco de laranja, soja e frango. (Assessoria
de Imprensa Kátia Abreu)