No ano em que o Tocantins completa 15 anos sem registro de casos de febre aftosa, a possível ampliação da zona livre da doença no País pode melhorar a classificação do Estado. É que o Mapa - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento está realizando uma auditoria nos estados vizinhos com a intenção de avaliá-los para possível inclusão na lista de territórios sem o embargo sanitário. A expectativa da Adapec - Agência de Defesa Agropecuária do Estado é que, com isso, o Tocantins consiga avançar na classificação e promover a abolição da vacinação contra a doença
As auditorias começaram a ser realizadas na semana passada. Inicialmente, o processo de vistoria está acontecendo nos estados do Pará, Maranhão, Piauí e Pernambuco, mas deve atingir outras unidades federativas.
Segundo o diretor de Sanidade em Inspeção Animal da Adapec, João Eduardo Pires, essa operação do Governo Federal pode favorecer o desenvolvimento da pecuária no Estado. “Nós estamos classificados como zona livre da febre aftosa através da vacinação, mas almejamos alcançar o status de zona livre sem a vacinação e a melhoria das condições sanitárias dos estados vizinhos é primordial para isso”, explicou ele, ressaltando que o Tocantins mantém uma fiscalização constante nas zonas de fronteira, principalmente com o Piauí e Maranhão, estados que ainda não possuem classificação positiva.
Durante essas auditorias, o Mapa deve analisar o cumprimento das inconformidades apontadas durante auditoria realizada em julho do ano passado e o sistema de proteção das fronteiras. A intenção é de que até o final de 2012 esses estados consigam a classificação positiva.
Vacinação
O Tocantins, desde 1998, realiza a imunização obrigatória de seu rebanho com a intenção de propiciar benefícios econômicos, evitando restrições comerciais aos produtores do estado. “O fato de termos um rebanho imunizado e sermos considerados zona livre da febre aftosa nos faz ter a autorização para negociar os nossos animais no mercado externo”, disse Pires.
A vacinação é realizada no Tocantins em duas etapas, uma em março e outra em novembro. Segundo Pires, em 2011, 99,43% do rebanho foram imunizados, nove pontos percentuais acima da meta estabelecida pelo Mapa. “Nós já temos 14 anos de vacinação obrigatória, mas mesmo assim ainda existem algumas pessoas que resistem e não realizam a vacinação”, informou Pires.
O diretor explicou que em caso de descumprimento do prazo de vacinação, o produtor fica inadimplente e poderá ser punido com multa e vacinação compulsória. “Nós temos o controle da sanidade animal e os produtores tem a obrigação de informar a Adapec sobre a vacinação, além disso ele tem que comprovar essa vacinação durante a realização de qualquer movimentação em seu rebanho”, completou.
O controle sanitário do rebanho tocantinense é uma das prioridades do Governo, que tem como seu principal mercado a região Norte do País. Para manter o seu status, o Tocantins tem investido no segmento, possuindo atualmente 58 barreiras sanitárias (30 fixas, 18 móveis e 10 fluviais), responsáveis pela fiscalização.
Desde 1997 a doença não aparece no Estado que é, desde 2000, considerado zona livre da doença através da vacinação. Atualmente o rebanho bovino do Estado possui cerca de oito milhões de cabeças. (Secom)