Os 24 investigadores inscritos na 2ª Edição dos Testes Públicos de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação, promovidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), participarão esta semana da fase de preparação dos testes que serão realizados na urna eletrônica no intuito de explorar eventuais vulnerabilidades relacionadas à violação da integridade e ao sigilo do voto. A fase de preparação começou nesta terça-feira 6 e se estende até quinta, 8. Os testes acontecerão na sede do TSE, em Brasília-DF, de 20 a 22 de março.
Os testes buscam dar ainda mais transparência ao processo eleitoral e demonstrar sua confiabilidade e segurança, uma vez que os investigadores inscritos terão a oportunidade de tentar realizar “ataques” à urna eletrônica e seus componentes internos e externos. Por sua vez, o objetivo da fase de preparação, novidade da segunda edição dos testes, é permitir que os participantes configurem os sistemas que serão utilizados em seus testes e elaborem seus planos de testes.
Na manhã desta terça-feira 6, às 9h, no Auditório 1 do TSE, os investigadores assistirão a uma palestra, na qual será explicado tecnicamente o funcionamento dos sistemas eleitorais. A intenção é dar uma visão geral aos participantes de quais são as barreiras físicas e eletrônicas que o sistema já possui.
A partir da tarde desta terça, os participantes já poderão começar a desenvolver suas propostas de “ataques”. Para auxiliá-los, o TSE disponibilizará aos investigadores, no ambiente dos testes públicos, os seguintes materiais e equipamentos: folhas de papel em branco; canetas esferográficas; mesas; cadeiras, microcomputadores padrão IBM-PC com plataforma Windows XP e/ou Linux, que não poderão ser conectados à internet; impressoras; ferramentas manuais (alicate, chaves de fenda Philips e multímetro digital); urna eletrônica modelo 2009; e outros materiais e equipamentos necessários, a critério da Comissão Disciplinadora.
Os investigadores também terão acesso aos códigos-fonte dos sistemas eleitorais, o que poderá facilitar as tentativas de ataques à urna eletrônica, uma vez que tais códigos servem como uma espécie de tradutor do funcionamento do sistema, indicando a sequência de ações que o sistema tem de realizar.
A outra novidade é que os participantes poderão fazer consultas na internet, em computadores que ficarão localizados em outra sala, de modo a oferecer o maior número de subsídios possível para a modificação e o aperfeiçoamento dos planos de testes.
O microcomputador, a urna eletrônica e demais equipamentos eventualmente utilizados pelos investigadores na fase de preparação serão lacrados no término dessa etapa.
As propostas elaboradas nesta fase deverão ser encaminhadas à Comissão Avaliadora do evento até o dia 13 de março para avaliação e homologação dos planos de testes.
Testes
Os testes de segurança contemplarão a segurança do sistema eletrônico de votação. Além de respeitar os procedimentos previstos no Edital nº 01/2012, os participantes deverão considerar os seguintes elementos e componentes da urna eletrônica para a elaboração e realização dos seus testes: processo de carga da urna; hardware; lacre físico; dispositivos de logística que protegem a urna; mídias eletrônicas; conteúdo das mídias de dados; e software de votação utilizado na seção eleitoral.
Nos dias dos testes, o TSE disponibilizará para cada grupo de investigadores um computador, uma urna modelo 2009 e um conjunto de lacres, além de três computadores ligados à internet. Os participantes também terão acesso à sala de exposição dos códigos-fonte.
O ambiente de testes contará com quatro grandes mesas de trabalho com capacidade para atender todos os investigadores. O acesso será controlado e isolado por organizadores de filas. Terão acesso ao ambiente restrito os investigadores, observadores externos, o pessoal de apoio e as Comissões Disciplinadora e Avaliadora.
Jornalistas e visitantes somente terão acesso a uma área reservada, sem contato com os investigadores.
Os resultados e as conclusões dos testes serão apresentados em audiência pública no dia 29 de março, às 10h, também na sede do TSE. Os investigadores que efetivamente tiverem participado do evento receberão certificados de participação, mas não haverá premiação em dinheiro. As sugestões de melhorias encontradas poderão ser implementadas futuramente no sistema.
O evento tem o apoio do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Universidade de Brasília (UnB). A primeira edição dos testes públicos de segurança foi realizada em 2009.
Mais informações sobre o sistema eletrônico de votação podem ser obtidas no site Biometria e Urna Eletrônica. (Ascom TSE)