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Polí­tica

Foto: Divulgação

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Durante sessão da manhã desta quinta-feira, 12, o possível envolvimento entre governadores do Tocantins e o bicheiro Carlinhos Cachoeira, publicado na revista Época na última semana, voltou a ser discutido na Assembleia Legislativa. Desta vez, quem fez uso da palavra para questionar possível relação captada através de ligações gravadas pela Polícia Federal, foi o deputado Stálin Bucar (PR), que retornou hoje de viagem.

Em seu discurso, o deputado questionou o fato dos ex-governadores Marcelo Miranda (PMDB), Carlos Gaguim (PMDB), além de Siqueira Campos (PSDB) terem contratado construtora de Rossine Aires Guimarães, também investigado pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal e apontado como sócio de Carlinhos Cachoeira. Ao total, seundo levantamento do Jornal do Tocantins, a empresa de Rossine teria recebido R$ 234 milhões dos governadores, durante suas gestões.

Stálin não descartou a possibilidade de pedir a formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as relações entre os gestores e Cachoeira. “Para investigar o grau de envolvimento dos governadores Marcelo Miranda, Gaguim e Siqueira Campos com este cidadão”, completou.

A possibilidade de uma CPI, aliás, já havia sido ventilada por outros deputados da bancada de oposição na AL. De acordo com Eli Borges, a meta é esperar ser vencida a pauta referente aos projetos da Polícia Militar, para que possa se reunir com os deputados de oposição e debater a possibilidade.

Em discurso feito esta semana na tribuna da AL, Eli já havia criticado a terceirização de serviços do Detran, aprovados na Casa de Leis e também apontados pela investigação da PF. O nome do secretario estadual das Relações Institucionais, Eduardo Siqueira Campos, foi citado em conversa de Cachoeira com outro sócio se referindo a possível acordo que estaria em andamento para realização do serviço de inspeção veicular no Estado. “Na época da aprovação das Medidas Provisórias, eu já vinha dizendo que aquilo me cheirava a esquema, a corrupção”.

Já o deputado Sargento Aragão (PPS), também da bancada oposicionista, adotou um tom mais cauteloso e frisou que é preciso analisar bem a situação antes de se pedir a instalação de uma CPI. “Eu não tenho problema nenhum em aprovar uma CPI. Desde que ela tenha ponto e foco e que já não esteja sob investigação”, disse, lembrando de um pedido de formação de Comissão Parlamentar de Inquérito feito por Stálin Bucar e que não teve assinatura dos deputados do PPS, incluindo Aragão. “Nos caso da Pró-Saúde, já tem ação do Ministério Publico para investigar”, explicou.

Aragão, contudo, ainda frisou que, caso seja viabilizada a instalação de uma CPI para investigar o envolvimento dos governadores com o bicheiro e Goiás, estas investigações deveriam ser bem mais abrangentes e atingir órgãos governamentais. “Por que não investigar a omissão do Tribunal de Contas do Estado?”, questionou.

Um pedido de CPI precisa de um terço das assinaturas dos deputados estaduais, ou seja, oito nomes. Além disso, ainda existe uma divergência sobre uma possível aprovação pelo plenário, ou não, antes de ser efetivamente formada.